Você já imaginou um eclipse solar acontecendo não por acaso, mas por engenharia humana, estamos falando da missão Proba-3, da Agência Espacial Europeia (ESA), está prestes a realizar. Trata-se de um marco na história da exploração espacial: pela primeira vez, um eclipse solar será artificialmente criado no espaço — e com um propósito científico revolucionário.
🔧 O Que É a Missão Proba-3?
A missão Proba-3 (Project for On-Board Autonomy) consiste em dois satélites independentes que voarão em formação precisa para simular um eclipse total do Sol. Um dos satélites atuará como disco de ocultação, bloqueando a luz solar, enquanto o outro observará a coroa solar — a camada mais externa da atmosfera do Sol, geralmente invisível devido ao brilho intenso.
Mas por que isso importa? Em eclipses naturais, a duração e a frequência são limitadas. Já com o Proba-3, será possível realizar observações prolongadas, controladas e repetitivas, o que abre um novo capítulo para os estudos solares.
🚀 Como Vai Funcionar Esse Eclipse Artificial?
A precisão da formação entre os dois satélites será de apenas alguns milímetros, mesmo a uma distância de 150 metros entre eles. Eles executarão essa coreografia orbital ao redor da Terra durante cerca de seis horas por dia, ao longo de uma órbita altamente elíptica.
Portanto esse grau de controle é inédito. Normalmente, manter duas espaçonaves voando em formação tão próxima seria impensável. No entanto, com a ajuda de tecnologias avançadas de navegação e propulsão, a ESA demonstrará a viabilidade de formações espaciais autônomas.

🌞 Por Que Estudar a Coroa Solar?
Durante eclipses solares naturais, a coroa solar se revela brevemente — mas é nessa camada que acontecem alguns dos fenômenos mais misteriosos do Sol, como os ventos solares e ejeções de massa coronal. Entender esse ambiente é essencial para prever tempestades solares que podem interferir em satélites, redes elétricas e sistemas de comunicação na Terra.
Com a Proba-3, certamente os cientistas poderão observar a coroa solar por períodos muito maiores, com altíssima resolução e sem depender de eventos astronômicos raros.
🔬 Avanços Científicos e Tecnológicos
Além da ciência solar, a missão servirá como banco de testes para formações de satélites no espaço — algo que será essencial em futuras missões de telescópios espaciais modulares, sondas planetárias e constelações de comunicação.
A ESA também demonstra com o Proba-3 sua capacidade de miniaturização tecnológica e automação, já que a missão envolve microssatélites altamente autônomos e equipamentos de navegação de última geração.
🌌 Impacto e Expectativas Futuras
O sucesso da missão poderá abrir caminho para outras missões em formação, inclusive telescópios espaciais com lentes distribuídas em diferentes naves, permitindo imagens ainda mais precisas do cosmos.
Além disso, a Proba-3 representa mais um passo na tendência de cooperação entre engenharia e astrofísica, provando que inovação tecnológica pode impulsionar a descoberta científica como nunca antes.
Atualização Junho de 2025 – Primeiro Eclipse Solar Artificial Criado pela Missão Proba-3 Revela Imagens Inéditas da Coroa Solar
Recentemente, a missão Proba-3 da Agência Espacial Europeia (ESA) alcançou um marco histórico ao realizar o primeiro eclipse solar artificial em órbita. Essa façanha foi possível graças ao voo em formação precisa de dois satélites, que funcionam juntos como um único observatório espacial. Através dessa técnica inovadora, a missão conseguiu bloquear o disco solar brilhante, permitindo a captura de imagens detalhadas da coroa solar — a camada externa do Sol, que é invisível durante a maioria das observações normais.
Além disso, a precisão do voo dos satélites é impressionante: eles mantêm uma distância de 150 metros, com um alinhamento milimétrico que permite projetar uma sombra perfeita, essencial para o funcionamento do instrumento óptico ASPIICS. Este equipamento é capaz de observar a coroa solar com alta resolução, fornecendo dados científicos cruciais para o estudo do vento solar e das ejeções de massa coronal, fenômenos que afetam diretamente a Terra e suas tecnologias.
Outro ponto importante é que, diferente dos eclipses naturais — que ocorrem raramente e duram apenas alguns minutos —, o eclipse artificial do Proba-3 pode ser mantido por até seis horas em cada órbita, multiplicando assim as oportunidades de observação. Portanto isso abre um novo capítulo para a pesquisa solar, permitindo que cientistas obtenham dados mais completos e contínuos sobre a atmosfera solar.
Finalmente, a missão não apenas oferece um avanço científico, mas também demonstra tecnologias pioneiras de navegação e posicionamento espacial, fundamentais para futuras missões que envolvam satélites em formação. Assim, a Proba-3 reafirma o papel da ESA como líder em inovação e exploração espacial.

Conclusão Sobre Proba 3
A missão Proba-3 da ESA marca um avanço tecnológico e científico inédito na observação do Sol. Com dois satélites voando em formação precisa e autônoma a mais de 60 mil km da Terra, a missão cria eclipses solares artificiais no espaço. Dessa forma, é possível estudar a corona solar interna, uma região misteriosa e essencial para entender o comportamento do Sol e seus efeitos no ambiente espacial.
Desde então, após o lançamento em dezembro de 2024, a missão já superou marcos importantes. Entre os destaques estão a primeira demonstração bem-sucedida de voo em formação autônoma e a criação do primeiro eclipse artificial. Além disso, as primeiras imagens oficiais devem ser divulgadas em junho de 2025.
Paralelamente, Proba-3 também leva a bordo instrumentos que medem a energia total emitida pelo Sol e monitoram partículas no espaço. Esses dados são fundamentais para proteger satélites, redes de comunicação e sistemas elétricos na Terra.
No aspecto financeiro, com um investimento de cerca de 200 milhões de euros, a missão reúne o apoio de 13 países europeus e reforça o compromisso da ESA em desenvolver tecnologias espaciais de ponta. Por fim, além de avançar no estudo solar, Proba-3 estabelece novos padrões para satélites operando em conjunto, abrindo caminho para missões futuras, cada vez mais complexas e autônomas.

📌 FAQ – Perguntas Frequentes sobre a Missão Proba-3
O que são as missões Proba?
As missões Proba (Projetos para Demonstração em Órbita) são uma série de satélites pequenos lançados pela ESA para testar novas tecnologias no espaço. Elas usam equipamentos avançados para coletar dados reais e validar conceitos inéditos. As missões anteriores incluem:
- Proba-1 (2001): Satélite de observação da Terra, com instrumentos hiperespectrais.
- Proba-2 (2009): Observação do Sol, com 17 cargas úteis tecnológicas e 4 científicas.
- Proba-V (2012): Imagens multiespectrais para mapear a vegetação global.
- Proba-3 (2024): Demonstra voo em formação precisa para observar a corona solar interna.
Quem desenvolveu o Proba-3?
O Proba-3 é resultado de mais de 10 anos de trabalho, com a participação de mais de 40 empresas europeias. A liderança ficou com equipes da Espanha e Bélgica, destacando nomes como Sener Aerospace, Redwire Space, Airbus Defence and Space, GMV, Spacebel e o Centre Spatial de Liège, responsável pelo instrumento coronógrafo.
Por que são dois satélites?
Para observar a coroa solar, é preciso bloquear o brilho intenso do Sol. O Proba-3 utiliza dois satélites: um atua como “ocultador”, projetando uma sombra, enquanto o outro carrega o telescópio que observa a corona. Eles precisam manter uma distância precisa de 150 metros, alinhados com milímetros de precisão — uma tarefa que só é possível graças ao voo em formação autônomo.
Como os satélites são alimentados?
Cada satélite possui painéis solares de alta eficiência, que garantem energia para todos os sistemas durante a missão.
Quem controla o voo em formação?
Não são humanos! O Proba-3 é para operar de forma totalmente autônoma. O controle do voo em formação é automático, com os próprios satélites ajustando suas posições continuamente para manter o alinhamento perfeito.
Por que a precisão é tão extrema?
Se o alinhamento falhar, o telescópio ficará ofuscado pelo brilho solar e não conseguirá ver a corona. Essa precisão milimétrica é essencial para garantir o sucesso da observação.
Por que a missão opera tão longe da Terra?
O Proba-3 voa a mais de 60 mil km de altitude para minimizar forças externas, como gravidade terrestre e arrasto atmosférico, que poderiam separar os satélites. Isso também economiza combustível para manter a formação.
Por que 150 metros de distância?
Essa distância ajuda a reduzir um efeito chamado difração, que faz a luz solar “vazar” ao redor do ocultador, prejudicando a observação. Com essa separação maior, é possível observar as partes internas da corona solar com mais clareza.
Por que estudar a corona solar?
A corona é surpreendentemente mais quente que a superfície do Sol e é a origem do clima espacial — tempestades solares que podem interferir em satélites, redes de comunicação e energia na Terra. Entender essa região é vital para prever e proteger nossas tecnologias.
Por que é difícil estudar a corona interna?
O Sol é tão brilhante que ofusca a corona, parecendo impossível de ver, como uma pequena luz perto de um holofote. O Proba-3 cria um eclipse artificial, bloqueando o Sol por até seis horas seguidas, o que nunca foi possível antes.
Como os satélites criam o eclipse artificial?
Um dos satélites possui um disco de 1,4 metro que bloqueia a luz solar, projetando uma sombra de 8 cm que o outro satélite, com o telescópio, permanece dentro. Esse alinhamento acontece com precisão milimétrica, graças ao voo em formação.
Quando veremos as primeiras imagens?
As primeiras imagens da corona solar capturadas pelo Proba-3 serão divulgadas em 16 de junho de 2025.
Como os satélites mantêm a formação?
Eles usam câmeras que rastreiam estrelas e LEDs, sensores a laser para medir a distância com precisão milimétrica e detectores de sombra para garantir o alinhamento perfeito. Correções são feitas automaticamente com pequenos jatos de nitrogênio.
O que já aconteceu desde o lançamento?
Lançados em 5 de dezembro de 2024, os satélites se separaram em janeiro de 2025 e passaram por fases de calibração. Em maio, conseguiram voar em formação de forma autônoma pela primeira vez, criando o primeiro eclipse solar artificial.
Que outros instrumentos os satélites carregam?
Além do coronógrafo, o Proba-3 leva o radiômetro digital DARA, para medir a energia solar total, e o espectrômetro 3DEES, para monitorar partículas energéticas no cinturão de radiação terrestre, ajudando em estudos do clima espacial.
Quanto tempo dura a missão?
O Proba-3 tem duração planejada de dois anos.
O que acontece após o fim da missão?
Os satélites reentrarão na atmosfera naturalmente em cerca de cinco anos, conforme as normas da ESA para evitar detritos espaciais.
Quem financia e apoia o Proba-3?
A missão tem o apoio de 13 países europeus e Canadá, com um orçamento total de cerca de 200 milhões de euros. Espanha e Bélgica são os maiores contribuintes e concentram a equipe industrial principal.
Indicação de Leitura
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Fonte: Artigo ESA, Video
