A missão mais ousada da NASA acaba de atingir um novo marco. Em sua passagem recorde pela coroa solar, a Parker Solar Probe capturou as imagens mais próximas já feitas do Sol, revelando com clareza inédita as origens do vento solar — o fluxo constante de partículas carregadas que afeta desde o clima espacial até nossas redes elétricas na Terra.
Essas observações, feitas a apenas 6,1 milhões de quilômetros da superfície solar, estão ajudando os cientistas a decifrar os mistérios de um dos fenômenos mais poderosos do nosso sistema solar: o vento solar.
📸 Imagens inéditas revelam turbulência extrema
Durante o periélio — ponto mais próximo de sua órbita — a Parker usou o instrumento WISPR (Wide-Field Imager for Solar Probe) para capturar imagens detalhadas da coroa solar e do início do vento solar.
Essas imagens revelam:
- A região onde o campo magnético do Sol muda de direção, chamada de folha corrente heliosférica;
- A colisão entre múltiplas ejeções de massa coronal (CMEs) — explosões de partículas que impactam diretamente a Terra;
- O movimento do vento solar lento, até então pouco compreendido.
Com isso, os cientistas estão mais perto de prever o comportamento de fenômenos que podem afetar satélites, astronautas e infraestruturas terrestres.

🌬️ O enigma do vento solar: uma missão para Parker
Desde os anos 1950, quando o heliocientista Eugene Parker teorizou a existência do vento solar, os cientistas tentam entender como essas partículas escapam da gravidade do Sol.
Agora, com a Parker Solar Probe, conseguimos observar:
- Os chamados switchbacks — inversões abruptas no campo magnético;
- A origem do vento solar rápido, que viaja a mais de 800 mil km/h;
- Novas pistas sobre a origem do vento solar lento, mais denso e instável.
Esses dados são cruciais para compreender como o Sol influencia não apenas a Terra, mas todo o sistema solar.
🧪 Dois tipos de vento solar lento: o que descobrimos
A Parker Solar Probe confirmou a existência de dois tipos distintos de vento solar lento:
- Alfvênico: contém os “switchbacks” e parece se originar próximo a buracos coronais — regiões frias e escuras da coroa.
- Não-Alfvênico: com campo magnético estável, provavelmente associado a capacetes streamers, estruturas em forma de arco nas regiões ativas do Sol.
A sonda também detectou que esses fluxos podem se misturar com o vento solar rápido, gerando tormentas solares de intensidade moderada, capazes de provocar auroras ou interferências em sistemas de comunicação.
⏳ O que vem pela frente
A próxima passagem da Parker Solar Probe está marcada para 15 de setembro de 2025, mantendo a sonda a apenas 3,8 milhões de milhas (6,1 milhões de km) da superfície solar. A expectativa é que os próximos dados confirmem — de uma vez por todas — as origens do vento solar lento, encerrando um mistério de mais de meio século.

✅ Conclusão
Com cada mergulho mais profundo na coroa solar, a Parker Solar Probe aproxima a humanidade do coração de nossa estrela. Suas imagens, dados e descobertas não apenas revolucionam a heliociência, como também protegem vidas e tecnologias aqui na Terra.
Ao tocar o Sol, a Parker está, na verdade, trazendo luz sobre as forças invisíveis que moldam o espaço ao nosso redor.Em resumo, a missão Parker Solar Probe está transformando nosso entendimento sobre o vento solar e suas origens. Graças às imagens e dados sem precedentes, os cientistas conseguem agora mapear melhor as regiões de onde esse fluxo de partículas se forma e como ele se comporta no espaço.
Além disso, as descobertas recentes ajudam a proteger não apenas satélites e astronautas, mas também infraestruturas críticas na Terra, como redes de comunicação e fornecimento de energia. Portanto, compreender o comportamento do vento solar é essencial para o futuro da exploração espacial e para a segurança tecnológica do nosso planeta.
Consequentemente, com cada aproximação da Parker Solar Probe, nos aproximamos também de respostas para mistérios que desafiam a ciência há décadas. A expectativa para as próximas passagens é alta, pois elas podem, finalmente, desvendar de forma definitiva a origem do vento solar lento.
Por fim, ao estudar o vento solar, não estamos apenas olhando para o Sol, mas também para a influência invisível que essa estrela exerce sobre todo o sistema solar. E, com isso, seguimos iluminando os caminhos da ciência e garantindo maior segurança para a vida moderna que depende do espaço.
❓ FAQ – Parker Solar Probe e o vento solar
📌 O que é o vento solar?
É um fluxo de partículas carregadas emitidas pelo Sol, que se espalha por todo o sistema solar e pode afetar satélites, redes elétricas e comunicações na Terra.
📌 Qual a menor distância que a Parker Solar Probe atingiu?
Apenas 3,8 milhões de milhas (6,1 milhões de km) da superfície do Sol — o objeto humano que mais se aproximou de nossa estrela.
📌 O que são switchbacks?
São inversões repentinas no campo magnético solar. A Parker descobriu que eles são mais comuns do que se pensava e estão ligados ao vento solar rápido.
📌 Por que entender o vento solar é importante?
Porque ele influencia o clima espacial e pode causar falhas tecnológicas. Conhecer sua origem melhora as previsões e permite proteger satélites e astronautas.
📌 A Parker vai se aproximar ainda mais do Sol?
Não. Ela já atingiu sua distância final planejada. Mas continuará a coletar dados em cada novo periélio até o final da missão.
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Fonte: Artigo NASA
