A NASA está lançando uma missão inédita para capturar imagens do “halo invisível” da Terra, a tênue luz emitida pela camada mais externa da atmosfera, chamada exosfera. Essa missão é fundamental para entender a física da exosfera e prever condições perigosas no espaço próximo à Terra, protegendo os astronautas do programa Artemis em viagens à Lua ou futuras missões a Marte. O Carruthers Geocorona Observatory será lançado do Kennedy Space Center, na Flórida, a partir de 23 de setembro de 2025.
Revelando a borda invisível da Terra
Nos anos 1970, os cientistas apenas especulavam até onde a atmosfera da Terra se estendia. A exosfera, situada a cerca de 300 milhas acima da superfície, é composta principalmente por átomos de hidrogênio, o elemento mais leve, que escapam gradualmente para o espaço.
A exosfera só se torna visível através de um fraco “halo” de luz ultravioleta, chamado geocorona. O pioneiro Dr. George Carruthers desenvolveu uma câmera ultravioleta capaz de observar essa camada e, em 1972, os astronautas da Apollo 16 a instalaram na Lua, capturando as primeiras imagens da geocorona terrestre.
Lara Waldrop, principal investigadora do Carruthers Geocorona Observatory, explica:
“A câmera estava na Lua, mas ainda assim não conseguia capturar toda a extensão da exosfera. Foi surpreendente perceber que essa nuvem de hidrogênio se estende tão longe da Terra.”

Nosso planeta sob uma nova luz
Hoje, acredita-se que a exosfera se estenda pelo menos até metade da distância até a Lua. Além do tamanho, estudar a exosfera ajuda a entender como as erupções solares afetam nosso planeta, causando tempestades de clima espacial. A missão também vai mapear a saída de hidrogênio, um dos blocos formadores da água, ajudando a entender por que a Terra mantém água enquanto outros planetas não, e oferecendo pistas sobre exoplanetas que podem ter características semelhantes.
O Carruthers Geocorona Observatory, nomeado em homenagem a George Carruthers, terá como objetivo capturar os primeiros filmes contínuos da exosfera terrestre, revelando toda a sua extensão e dinâmica interna.
Alex Glocer, cientista da missão na NASA Goddard, afirma:
“Nunca tivemos uma missão dedicada a observações exosféricas. Estamos muito animados para obter essas medições pela primeira vez.”

Jornada até o ponto L1
O satélite Carruthers, pesando cerca de 531 libras e com o tamanho de um sofá de dois lugares, será lançado a bordo de um SpaceX Falcon 9, junto com a missão IMAP da NASA e o satélite de clima espacial SWFO-L1 da NOAA. Após o lançamento, as três missões seguirão para o ponto de Lagrange 1 (L1), aproximadamente 1 milhão de milhas mais próximo do Sol que a Terra.
De L1, Carruthers terá uma visão completa da exosfera usando duas câmeras ultravioleta, uma câmera de campo próximo e uma de campo amplo. Juntas, elas mapearão o movimento dos átomos de hidrogênio na exosfera e até o espaço exterior.
Por que estudar a exosfera importa
Ao estudar a física da Terra, o único planeta conhecido que sustenta vida, a missão Carruthers Geocorona Observatory ajuda a compreender como atmosferas de outros planetas podem escapar, fornecendo informações essenciais para a busca de exoplanetas habitáveis.
A missão é liderada por Lara Waldrop, da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, com implementação e desenvolvimento do payload coordenados pelo Space Sciences Laboratory da Universidade da Califórnia, Berkeley, em parceria com o Space Dynamics Laboratory da Utah State University. O satélite foi projetado e construído pela BAE Systems, e a missão é gerida pela NASA Goddard Space Flight Center.

FAQ – Carruthers Geocorona Observatory
O que é a geocorona?
É a camada mais externa da atmosfera terrestre, formada principalmente por hidrogênio, que emite uma tênue luz ultravioleta visível como um halo.
Quando será lançada a missão?
A partir de 23 de setembro de 2025, a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9.
Qual é o objetivo da missão?
Observar continuamente a exosfera da Terra, entender tempestades espaciais e estudar o escape de hidrogênio para ajudar na pesquisa de exoplanetas.
Onde a missão vai operar?
No ponto de Lagrange 1 (L1), localizado a cerca de 1 milhão de milhas mais próximo do Sol que a Terra.
Indicação de Leitura
Gostou do nosso artigo? Então, continue conhecendo as missões da ESA / NASA que mudaram a astronomia. Dando sequência à sua jornada pelo espaço, explore as diversas missões da ESA / NASA, descubra as tecnologias inovadoras envolvidas e entenda como a exploração espacial está transformando a ciência e impactando diretamente o nosso cotidiano. Muitas dessas inovações, sem dúvida, têm suas raízes na astronomia!
Sugestões de Links Internos (Inbound)
- Sinais de Vida em Marte? O Rover Perseverance Revela Potenciais Biosignaturas
- Entenda o que é Astronomia.
Sugestões de Links Externos (Outbound):
Todos os créditos de imagem Reservados à NASA.
Imagens, dados e informações utilizadas nesta matéria são de propriedade da NASA e foram disponibilizadas para fins educacionais e informativos.
Fonte: Artigo NASA
