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Solar Orbiter: a jornada da ESA rumo aos polos do Sol

A missão Solar Orbiter, conduzida pela Agência Espacial Europeia (ESA), registrou pela primeira vez imagens dos polos do Sol, revelando regiões antes inacessíveis. Lançada em fevereiro de 2020, a sonda tornou-se o observatório solar mais avançado enviado ao espaço, operando a apenas 42 milhões de quilômetros da superfície solar. Esses registros abrem novas portas para investigar o ciclo solar, o aquecimento da coroa solar e a origem do vento solar, fundamentais para entender o impacto do Sol na Terra.

Missão e principais avanços do Solar Orbiter

O objetivo principal da missão é explorar processos físicos na nossa estrela, mapeando campos magnéticos solares e analisando o vento solar. Desde novembro de 2021, a sonda coleta dados sobre explosões solares, ejeções de massa coronal e estruturas magnéticas. Ela resiste a temperaturas acima de 500 °C graças a um escudo térmico de titânio e cerâmica, que protege sensores sensíveis e garante medições precisas.

Graças à inclinação orbital de 33° em relação ao equador solar, o Solar Orbiter capturou imagens inéditas das regiões polares do Sol, onde campos magnéticos complexos e surtos de plasma oferecem pistas sobre o aquecimento extremo da coroa e a dinâmica interna do astro.

A missão Solar Orbiter da ESA é o laboratório científico mais complexo já enviado ao nosso astro que nos dá vida, capturando imagens do Sol mais de perto do que qualquer espaçonave anterior e sendo a primeira a observar suas regiões polares. Com os dez instrumentos da Solar Orbiter, os cientistas esperam responder a perguntas profundas: O que impulsiona o ciclo de 11 anos de atividade magnética do Sol? O que aquece a camada superior de sua atmosfera, a coroa, a milhões de graus Celsius? Como se forma o vento solar e o que o acelera a velocidades de centenas de quilômetros por segundo? E como tudo isso afeta o nosso planeta? Jornada da Solar Orbiter ao redor do Sol Observação: Este gráfico foi atualizado em abril de 2025 para mostrar uma imagem do Sol capturada pelo instrumento EUI da Solar Orbiter.
A missão Solar Orbiter da ESA é o laboratório científico mais complexo já enviado ao nosso astro que nos dá vida, capturando imagens do Sol mais de perto do que qualquer espaçonave anterior e sendo a primeira a observar suas regiões polares.
Observação: Este gráfico foi atualizado em abril de 2025 para mostrar uma imagem do Sol capturada pelo instrumento EUI da Solar Orbiter. Creditos ESA

Instrumentos e observações em alta resolução

A sonda transporta dez instrumentos científicos, divididos entre detectores in situ e telescópios remotos. Câmeras ultravioleta registram detalhes das camadas externas do Sol, enquanto sensores de partículas investigam a composição do ambiente ao redor da espaçonave. Sensores de ondas de plasma, por sua vez, captam oscilações que ajudam a entender a propagação de energia na atmosfera solar.

Durante os periélios — momentos de máxima aproximação ao Sol —, o Solar Orbiter realiza sequências detalhadas de imagens e dados, permitindo estudar como o vento solar é acelerado e como varia ao longo do ciclo de atividade estelar.

Trajetória ajustada com ajuda de Vênus

Para atingir inclinações orbitais elevadas sem gastar muito combustível, a sonda utiliza manobras de gravity assist em sobrevoos por Vênus. Essas manobras ajustam a órbita, aumentam a segurança da missão e prolongam sua vida útil, mantendo a coleta de dados mesmo durante as passagem pelo planeta.

Ciência multiponto com a Solar Orbiter

A missão opera em sinergia com a Parker Solar Probe, da NASA, oferecendo uma visão multiponto dos fenômenos solares. Enquanto a Parker se aproxima ainda mais do Sol para medir o meio interplanetário, o Solar Orbiter foca em capturar imagens em diferentes posições orbitais. Essa estratégia conjunta melhora previsões do clima espacial e ajuda a proteger redes elétricas, satélites e comunicações na Terra.

Infográfico mostrando como a espaçonave Solar Orbiter rastreia elétrons superrápidos até suas fontes no Sol. O Sol aparece à esquerda, com pontos coloridos representando fontes de elétrons energéticos provenientes de erupções solares (azul) e ejeções de massa coronal (vermelho). Linhas curvas ilustram as linhas do campo magnético pelas quais os elétrons viajam desses eventos até a Solar Orbiter, mostrada à direita contra um fundo estrelado. O texto explica que mais de 300 explosões de “Elétrons Energéticos Solares” foram observadas entre novembro de 2020 e dezembro de 2022, permitindo aos cientistas conectar os elétrons detectados no espaço com suas origens no Sol.

A importância dos polos solares para a ciência

Historicamente, as regiões polares do Sol eram difíceis de observar desde a Terra ou órbitas próximas ao plano equatorial. Esses polos são cruciais para entender a inversão dos campos magnéticos, que acontece a cada 11 anos, e são possíveis fontes de vento solar de alta velocidade. Estudar essas áreas permite refinar modelos de formação e evolução dos campos magnéticos solares e sua influência no espaço interplanetário.

Conclusão

A Solar Orbiter representa um avanço marcante na exploração do Sol e na compreensão dos mecanismos que afetam todo o Sistema Solar. Nos próximos anos, a sonda elevará ainda mais sua inclinação orbital, expandindo a visão das regiões polares e enviando dados detalhados para cientistas em todo o mundo. Com tecnologia inovadora e colaboração internacional, espera-se que a missão responda a enigmas antigos da astronomia e prepare a humanidade para conviver de forma mais segura com nosso astro-rei.

Solar Orbiter obtém as primeiras imagens do polo sul do Sol no mundo

Perguntas Frequentes

O que é a missão Solar Orbiter?

É uma sonda espacial da ESA lançada em 2020 para estudar o Sol de perto, com foco nos polos e no vento solar.

Por que as imagens dos polos solares são tão importantes?

Os polos controlam aspectos fundamentais do campo magnético e do início do vento solar; observá-los ajuda a entender o ciclo solar.

Qual a diferença entre a Solar Orbiter e a Parker Solar Probe?

A Solar Orbiter captura imagens e dados em diferentes posições orbitais, enquanto a Parker se aproxima ainda mais, estudando a coroa solar de perto.

Como a Solar Orbiter se aproxima tanto do Sol sem ser danificada?

Ela possui um escudo térmico resistente e sistemas avançados de isolamento contra calor extremo e radiação.

Quais instrumentos a Solar Orbiter utiliza?

São dez instrumentos, incluindo câmeras ultravioletas, sensores de partículas, detectores de ondas de plasma e magnetômetros.

Até onde a sonda conseguiu inclinar sua órbita?

A inclinação já atingiu 33° e deve aumentar nos próximos anos.

Há colaboração internacional na missão?

Sim, há forte parceria com a NASA, principalmente pela sinergia com a Parker Solar Probe.

Indicação de Leitura

Gostou do nosso artigo? Então, continue conhecendo as missões da ESA / NASA que mudaram a astronomia. Dando sequência à sua jornada pelo espaço, explore as diversas missões da ESA / NASA, descubra as tecnologias inovadoras envolvidas e entenda como a exploração espacial está transformando a ciência e impactando diretamente o nosso cotidiano. Muitas dessas inovações, sem dúvida, têm suas raízes na astronomia!

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Fonte: ESA

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