Nos últimos anos, cientistas têm investigado sinais de vida em Vênus, focando na presença de gases como fosfina e amônia. Segundo dados recentes, essas moléculas, que na Terra só são produzidas por atividade biológica ou industrial, podem indicar que microorganismos sobrevivem nas nuvens de Vênus. A missão britânica VERVE promete buscar respostas de forma definitiva.
A missão VERVE e seu objetivo
A proposta da missão VERVE (Venus Explorer for Reduced Vapours in the Environment) envolve o desenvolvimento de uma sonda do tamanho de um CubeSat, com orçamento de 50 milhões de euros. Assim, a missão seria transportada pela EnVision, da Agência Espacial Europeia (ESA), prevista para 2031.
Uma vez em Vênus, a VERVE se desprenderia para conduzir um estudo independente, mapeando a distribuição de fosfina, amônia e outros gases ricos em hidrogênio, que não deveriam estar presentes na atmosfera venusiana. Dessa forma, os pesquisadores esperam determinar se esses compostos têm origem na superfície, por exemplo em atividades vulcânicas, ou na própria atmosfera, possivelmente produzidos por microrganismos.

Evidências de vida: fosfina e amônia
A fosfina foi detectada pela primeira vez nas nuvens de Vênus em 2020, mas a descoberta gerou controvérsia devido a dificuldades de replicação em observações posteriores. Contudo, a equipe do projeto JCMT-Venus, liderada por Dave Clements do Imperial College London, rastreou o gás ao longo do tempo, percebendo que sua presença variava conforme o ciclo dia-noite de Vênus, sendo destruído pela luz solar.
Além disso, a amônia também foi identificada de forma preliminar, algo surpreendente, já que não existem processos químicos conhecidos que expliquem sua presença nas nuvens do planeta. Isso aumenta a curiosidade sobre a possível existência de extremófilos, microrganismos adaptados a condições extremas.
Por que Vênus é um lugar intrigante para procurar vida
Apesar das altas temperaturas da superfície de Vênus, em torno de 450°C, cerca de 50 km acima da superfície, nas nuvens, o clima é bem mais ameno, variando de 30°C a 70°C, com pressão atmosférica semelhante à da Terra. Nessa faixa, a vida microbiana poderia sobreviver, potencialmente remanescente de um passado mais temperado do planeta.
De acordo com a professora Jane Greaves, da Cardiff University, a única forma de confirmar a origem desses gases é enviar uma sonda capaz de analisá-los in loco. Portanto, a VERVE poderá ser a primeira missão a responder se Vênus já hospeda vida atualmente.

Missões que investigaram Vênus
Vênus tem sido alvo de exploração há décadas, com diversas missões que ajudaram a revelar sua atmosfera densa e seu clima extremo. A série Venera, da União Soviética, foi pioneira, conseguindo pousar na superfície e enviar dados sobre temperatura, pressão e composição atmosférica.
A missão Magellan, da NASA, utilizou radar para mapear a superfície venusiana, mostrando vastas planícies e vulcões ativos. Mais recentemente, projetos como o JCMT-Venus, envolvendo o James Clerk Maxwell Telescope no Havaí, estudam a composição química das nuvens, incluindo a detecção de fosfina e amônia.
Agora, a missão VERVE, planejada para 2031, pretende se juntar à missão EnVision da ESA para realizar um estudo independente e detalhado dos gases e possíveis sinais de vida nas nuvens de Vênus. Dessa forma, o planeta continua sendo uma prioridade científica, mostrando como a exploração de Vênus evoluiu de simples observações a sondagens sofisticadas da atmosfera.
Conclusão
A missão VERVE representa um passo decisivo para entender se a vida pode existir além da Terra, mesmo em ambientes extremos. Além disso, suas descobertas podem redefinir nossa compreensão sobre a atmosfera e a história de Vênus. Continue acompanhando o Rolê no Espaço para saber tudo sobre novas missões, descobertas e os mistérios do nosso Sistema Solar.
FAQ – Vida em Vênus
O que é a missão VERVE?
É uma sonda britânica projetada para investigar a presença de fosfina, amônia e outros gases em Vênus.
Quando a missão será lançada?
A previsão é que a VERVE viaje junto com a missão EnVision da ESA em 2031.
Por que estudar fosfina e amônia?
Na Terra, esses gases só são produzidos por vida ou processos industriais, então sua presença em Vênus é intrigante.
É possível que haja vida nas nuvens de Vênus?
Sim, condições relativamente amenas em 50 km de altitude permitem que extremófilos sobrevivam.
Por que a superfície de Vênus não é habitável?
Ela chega a 450°C e possui alta pressão, tornando impossível a vida como conhecemos.
Qual é a importância desta pesquisa?
Ela pode responder se há vida em Vênus e revelar como a atmosfera do planeta evoluiu ao longo do tempo.
Quem lidera a pesquisa?
A professora Jane Greaves, da Cardiff University, com apoio de uma equipe internacional do projeto JCMT-Venus.
Indicação de Leitura
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Fonte: Royal Astronomical Society
