Pesquisadores do SwRI usam o instrumento PUNCH para rastrear o cometa interestelar 3I/ATLAS
O universo está sempre nos enviando presentes inesperados, e o Cometa Interestelar 3I/ATLAS é, sem dúvida, um dos mais fascinantes. Imagine um viajante que cruzou a vastidão do espaço, vindo de um sistema estelar distante, e que agora faz uma breve visita ao nosso quintal cósmico. A comunidade científica vibra com a chance de estudar um pedaço de outro lugar, um bloco de construção de planetas que nasceu sob um sol diferente. Contudo, a observação desse visitante se tornou um desafio épico quando ele se escondeu atrás do nosso Sol, ficando invisível para a maioria dos telescópios terrestres. Assim, a missão de rastreá-lo caiu nas mãos de uma heroína improvável: a sonda PUNCH, projetada para olhar fixamente para o Sol.

Esse acompanhamento contínuo só foi possível porque as espaçonaves PUNCH conseguem observar a região interna da heliosfera, permitindo seguir o cometa mesmo quando ele estava oculto atrás do Sol na linha de visão da Terra — um período em que outros telescópios não conseguiam monitorá-lo.
Créditos: Southwest Research Institute (SwRI) / NASA PUNCH
O Visitante de Outra Galáxia: Quem é o Cometa Interestelar 3I/ATLAS?
O Cometa Interestelar 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar oficialmente reconhecido a cruzar o nosso Sistema Solar. Portanto, sua chegada é um evento raro e de imensa importância científica. Afinal, esses objetos são cápsulas do tempo cósmicas, carregando consigo a composição química e a história de seus sistemas estelares de origem. O Dr. Kevin Walsh, do Southwest Research Institute (SwRI), destaca que esses cometas são “os blocos de construção de planetas e, potencialmente, os blocos de construção da vida em outros lugares da galáxia”. Dessa forma, estudar o 3I/ATLAS não é apenas observar um cometa, mas sim ter uma janela para a formação de mundos distantes.
A descoberta do 3I/ATLAS, em julho de 2025, fez com que os pesquisadores do SwRI, Dr. Walsh e Dr. Simon Porter, mudassem rapidamente o foco de seu projeto. Eles estavam inicialmente usando dados da PUNCH para buscar asteroides próximos ao Sol, mas a trajetória do cometa interestelar era irresistível. Enquanto isso, a comunidade científica demonstrava um interesse voraz pelo novo visitante. O Dr. Walsh relata que a comunidade está “desesperada para saber cada pequena coisa que este cometa faz”. Além disso, a análise de sua trajetória indicava que ele passaria quase dois meses no campo de visão da sonda PUNCH.
PUNCH: A Sonda de Olhos Fixos no Sol que Viu o Invisível
A sonda PUNCH, sigla para Polarimeter to Unify the Corona and Heliosphere, é uma constelação de quatro pequenas naves espaciais. Contudo, ela não é um telescópio tradicional. Ela atua como um único instrumento virtual, com 8.000 milhas de largura, e sua missão principal é mapear a coroa solar – a atmosfera externa do Sol – e sua transição para o vento solar que preenche o nosso sistema. O Dr. Craig DeForest, líder da missão PUNCH, explica que a sonda é um “gerador de imagens de campo amplo, não um telescópio”. Assim, sua resolução espacial é comparável à da visão humana, mas sua sensibilidade é incomparavelmente maior.

Créditos: Courtesy of SwRIDate photographed:
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O que torna a PUNCH única é o seu design. A maioria dos telescópios espaciais é projetada para nunca olhar para o Sol, pois a luz intensa poderia danificar seus instrumentos. Por outro lado, a PUNCH foi feita exatamente para isso. Portanto, ela ocupa um nicho de observação que é crucial para a ciência solar e, como se descobriu, para a astronomia de cometas. O Dr. Walsh aponta que a PUNCH “olha fixamente para o Sol e as regiões ao seu redor”, preenchendo uma lacuna valiosa no mundo da detecção de objetos próximos ao Sol.

Créditos: NASA’s Conceptual Image Lab
A Janela de Observação Única: Por Trás do Brilho Solar
O grande desafio na observação do Cometa Interestelar 3I/ATLAS surgiu quando ele se moveu para uma posição em que, visto da Terra, estava atrás do Sol. Dessa forma, por várias semanas, ele se tornou “basicamente inobservável” para qualquer outro instrumento. Nada mais conseguia medir rotineiramente seu brilho ou coletar imagens. Nesse sentido, a PUNCH se tornou a única ferramenta capaz de monitorar o cometa durante esse período crítico.
A sonda rastreou o cometa por semanas, coletando aproximadamente uma imagem por minuto. Consequentemente, essa alta cadência de dados permitiu aos pesquisadores criar imagens e filmes que mostram a evolução contínua da cauda do cometa e sua interação com o vento solar. O Dr. DeForest expressou sua satisfação, dizendo que está “emocionado que a PUNCH tenha sido tão unicamente capaz de visualizar o 3I/ATLAS naquela posição”. Além disso, ele ressalta que, embora a PUNCH seja projetada para objetos grandes e distribuídos, como ejeções de massa coronal, descobrir que ela também é eficaz para objetos pequenos e tênues é um “bônus agradável”.
Desvendando a Cauda do Cometa: Polarização e Vento Solar
O que realmente diferencia a observação da PUNCH é o fato de ela ser um polarímetro. Isto é, ela pode medir a polarização da luz refletida pela cauda do cometa. Assim, essa capacidade oferece uma visão única sobre a distribuição de partículas que se desprendem da cabeça do cometa à medida que ele se aquece sob a luz solar intensa. A combinação de cobertura contínua minuto a minuto, alta cadência de tempo e a medição de polarização fornece observações sem precedentes.
O estudo do Cometa Interestelar 3I/ATLAS pela PUNCH não é apenas um feito técnico; é o prenúncio de um novo campo de estudo. O Dr. Walsh sugere que, embora este seja apenas o terceiro objeto interestelar que vimos, “provavelmente houve muitos deles antes, nós apenas não conseguíamos detectá-los”. Portanto, a PUNCH não apenas observou um cometa, mas também demonstrou uma nova maneira de encontrar e estudar esses visitantes cósmicos. Em outras palavras, estamos no início de uma nova era na astronomia, onde a tecnologia nos permite olhar para onde antes era impossível.

Créditos: NASA/Southwest Research Institute.
Uma Nova Era de Descobertas Cósmicas
A jornada do Cometa Interestelar 3I/ATLAS através do nosso Sistema Solar, capturada de forma única pela sonda PUNCH, é um lembrete poderoso de que o universo está repleto de mistérios à espera de serem desvendados. A ciência, muitas vezes, encontra suas maiores descobertas em lugares inesperados, e a capacidade da PUNCH de rastrear um objeto interestelar enquanto cumpre sua missão solar é um testemunho da engenhosidade humana. Dessa forma, cada nova imagem e cada medição de polarização nos aproxima da compreensão de como os blocos de construção da vida se formam e viajam pela galáxia. Por fim, a história do 3I/ATLAS e da PUNCH nos inspira a olhar para o céu com uma curiosidade renovada, sabendo que há sempre algo novo e surpreendente vindo em nossa direção.
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FAQ – Perguntas Frequentes sobre o Cometa Interestelar 3I/ATLAS e a Sonda PUNCH
Quanto tempo durou o surto de raios gama GRB 250702B?
O GRB 250702B durou mais de sete horas, tornando-se o surto de raios gama mais longo já registrado na história das observações astronômicas.O que causa um surto de raios gama?
Surtos de raios gama são provocados por eventos extremos, como o colapso de estrelas massivas, fusões de estrelas de nêutrons ou objetos sendo despedaçados por buracos negros.Por que o GRB 250702B não pôde ser visto na luz visível?
A galáxia hospedeira do surto é extremamente empoeirada, e essa poeira absorve a luz visível, permitindo que apenas radiação infravermelha e outras frequências consigam atravessar.Qual a distância do GRB 250702B da Terra?
O evento ocorreu a bilhões de anos-luz de distância, em uma galáxia muito além da Via Láctea.O que é um jato relativístico?
É um fluxo estreito de material ejetado em velocidades próximas à da luz, geralmente produzido por buracos negros ou estrelas de nêutrons durante eventos cataclísmicos.Quantos surtos de raios gama já foram observados?
Desde sua descoberta em 1973, cerca de 15 mil surtos de raios gama foram detectados por telescópios espaciais e terrestres.O que são buracos negros de massa intermediária?
São buracos negros com massas entre cem e cem mil vezes a massa do Sol, situando-se entre buracos negros estelares e supermassivos.Indicação de Leitura
Gostou do nosso artigo? Então, continue explorando e veja as outras matérias que preparamos sobre esse incrível e misterioso visitante interestelar. Descubra como o 3I/ATLAS está ajudando cientistas da ESA e da NASA a desvendar os segredos dos cometas que vagam entre as estrelas e o que essas descobertas podem revelar sobre a formação dos mundos.
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Sugestões de Links Externos (Outbound):
Fonte: Artigo “SwRI researchers use PUNCH to track interstellar comet 3I/ATLAS” Publicado em swri.org
Artigo “NASA’s PUNCH Spies Interstellar Comet 3I/ATLAS” Publicado em nasa.gov
