Cometa 3I/ATLAS
Você já parou para pensar que, neste exato momento, um visitante de outro sistema estelar está cruzando o nosso quintal cósmico? A resposta para a pergunta Qual cometa está se aproximando da Terra é o fascinante Cometa 3I/ATLAS. Este não é um cometa comum, nascido na fria periferia do nosso Sistema Solar. Ele é um viajante interestelar, uma cápsula do tempo que carrega segredos sobre a formação de planetas em torno de uma estrela distante. Sua aproximação é um verdadeiro presente de Natal antecipado para astrônomos e entusiastas, oferecendo uma oportunidade única de observação e estudo.
A descoberta do 3I/ATLAS marca um momento emocionante na astronomia. Ele é apenas o terceiro objeto interestelar de grande porte que conseguimos identificar, seguindo os passos do misterioso 1I/’Oumuamua e do espetacular 2I/Borisov. Além disso, a chance de observá-lo de perto, enquanto ele passa rapidamente, pode reescrever o que sabemos sobre a origem dos cometas e a história violenta do nosso próprio Sistema Solar.

Créditos: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/B. Bolin — Processamento: J. Miller, M. Rodriguez, T.A. Rector, M. Zamani
A Jornada do Cometa 3I/ATLAS: Um Viajante de Outra Estrela
O que torna o Cometa 3I/ATLAS tão especial é a sua origem. Ele não nasceu aqui. Presumivelmente, este andarilho cósmico se formou em um disco protoplanetário de gás e poeira que girava em torno de outra estrela, um local de intensa formação planetária. Segundo o professor assistente de Física e Astronomia da Michigan State University, Darryl Seligman, o mais provável é que o 3I/ATLAS tenha sido ejetado por um “estilingue gravitacional” de um exoplaneta gigante.
Dessa forma, ele começou uma jornada solitária, atravessando o meio interestelar da Via Láctea por bilhões de anos. Agora, ele se aproxima do nosso Sol pela primeira vez, e é quase certamente a primeira vez que ele chega perto de qualquer estrela. Enquanto isso, nós, aqui na Terra, ganhamos assentos na primeira fila para assistir a este evento cósmico.
O Que Significa Ser um Objeto Interstelar
Para entender a singularidade do 3I/ATLAS, precisamos olhar para sua órbita. Os objetos nativos do nosso Sistema Solar, como planetas e a maioria dos cometas, possuem órbitas circulares ou elípticas, o que significa que estão gravitacionalmente ligados ao Sol. Por outro lado, objetos interestelares, como o 3I/ATLAS, possuem órbitas hiperbólicas. Isso prova que eles vieram de outro lugar. Eles chegam, passam e nunca mais retornam.
Portanto, a única chance que temos de estudá-los é durante esta breve passagem. As medições que fazemos neste curto período fornecem pistas cruciais para a nossa compreensão da formação de planetas em toda a galáxia. Em 2017, descobrimos o primeiro objeto interestelar conhecido, o 1I/’Oumuamua. Dois anos depois, identificamos o 2I/Borisov, que exibia uma cauda proeminente e tinha uma composição diferente dos cometas do Sistema Solar.
O Que a Aproximação do Cometa 3I/ATLAS Revela sobre o Universo
No dia 19 de dezembro, apenas seis dias antes do Natal, este errante cósmico estará em seu ponto mais próximo da Terra. Esta será a maior proximidade que ele terá em toda a vida do universo. Para os astrônomos, esta é a melhor oportunidade para observar de perto e aprender como a formação de planetas em sistemas exoplanetários é semelhante ou diferente do que aconteceu no nosso Sistema Solar.
De acordo com simulações de computador, o nosso próprio Sistema Solar ejetou uma enorme quantidade de material para a Via Láctea na forma de cometas interestelares. Para reproduzir a estrutura do Sistema Solar que vemos hoje, houve um período violento em que os planetas gigantes, como Júpiter, Urano, Saturno e Netuno, migraram. Durante esse processo, eles provavelmente liberaram cerca de 30 massas terrestres de cometas do tamanho do 3I/ATLAS para o meio interestelar.

Créditos: Satoru Murata
A Visão dos Astrônomos Amadores
A boa notícia é que esta aproximação não é apenas para os cientistas. Qualquer pessoa pode ter um vislumbre do 3I/ATLAS com um pequeno telescópio ou binóculos muito potentes. Esta é uma chance incrível de se conectar com o cosmos e testemunhar um objeto que viajou por eras. Além disso, a facilidade de detecção das características críticas do gelo aumenta à medida que o cometa se aproxima da Terra, o que torna o evento ainda mais empolgante para a comunidade científica.
A Composição Química e o Mistério da Formação Cometa
Os cometas são como bolas de neve sujas, e os gelos que vemos neles nos contam sobre as condições em que se formaram. A água, por exemplo, congela em temperaturas frias. Quanto mais longe do Sol um cometa se forma, mais frio é o ambiente. Portanto, o fato de os cometas do nosso Sistema Solar terem a água como gelo principal indica que eles se formaram principalmente perto de onde Júpiter está agora.
Contudo, o monóxido de carbono e o dióxido de carbono congelam em temperaturas muito mais frias do que a água. O 2I/Borisov, por exemplo, continha mais monóxido de carbono do que água, o que sugere que ele se formou a uma distância muito maior de sua estrela progenitora do que os cometas típicos do nosso Sistema Solar.
O Cometa 3I/ATLAS e a Singularidade do Nosso Sistema Solar
Após anos de busca, os astrônomos avistaram o 3I/ATLAS em julho. E valeu a pena esperar. Observações iniciais com instalações como o Telescópio Espacial James Webb (JWST) revelaram que ele é enriquecido em dióxido de carbono. Isso provavelmente indica que, assim como o 2I/Borisov, o 3I/ATLAS se formou muito mais longe em seu sistema estelar progenitor do que os cometas do nosso Sistema Solar.
Essas observações sugerem que a formação de cometas ocorre em regiões muito mais distantes do que pensávamos, com base nas inferências do nosso Sistema Solar. Dessa forma, o nosso sistema pode ser, de certa forma, único. Por outro lado, é possível que também tenhamos produzido cometas tão distantes, mas todos eles foram subsequentemente ejetados. Se isso for verdade, o nosso Sistema Solar não seria tão único assim. De qualquer maneira, o 3I/ATLAS nos oferece uma nova janela para colocar o nosso Sistema Solar em seu contexto cósmico neste final de ano.

Créditos: NASA/Goddard/LASP/CU Boulder.
O mensageiro interestelar que nos força a repensar a história do nosso universo
O Cometa 3I/ATLAS é mais do que um ponto brilhante no céu de dezembro; ele é um mensageiro interestelar que nos força a repensar a história do nosso universo. Sua passagem rápida nos dá informações valiosas sobre a formação de mundos distantes e a dinâmica violenta que moldou a nossa própria vizinhança cósmica. A ciência avança com cada observação, e cada novo visitante nos lembra da vastidão e da complexidade da Via Láctea.
Portanto, a grande questão que fica é: se o nosso Sistema Solar ejetou tanto material para o espaço, e se outros sistemas fazem o mesmo, quantos outros viajantes silenciosos estão cruzando o nosso caminho neste exato momento?
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FAQ (Perguntas Frequentes) Cometa 3I/ATLAS: o viajante interestelar que se aproxima da Terra
Qual cometa está se aproximando da Terra?
O cometa que está se aproximando da Terra é o Cometa 3I/ATLAS. Ele é classificado como um cometa interestelar, o que significa que se originou fora do nosso Sistema Solar.O que é um cometa interestelar?
Um cometa interestelar é um objeto que se formou em torno de outra estrela e foi ejetado para o espaço interestelar. Sua órbita é hiperbólica, indicando que ele não está gravitacionalmente ligado ao Sol.Quando o Cometa 3I/ATLAS estará mais próximo da Terra?
O Cometa 3I/ATLAS fará sua maior aproximação da Terra no dia 19 de dezembro.Por que o Cometa 3I/ATLAS é importante para a ciência?
Ele oferece uma oportunidade única de estudar a composição e as condições de formação de cometas em outros sistemas estelares, ajudando a compreender a formação de planetas na galáxia.O Cometa 3I/ATLAS pode ser visto a olho nu?
Não. O cometa não é visível a olho nu, mas pode ser observado com pequenos telescópios ou binóculos potentes durante sua maior aproximação.O que a composição do 3I/ATLAS nos diz?
As observações indicam que ele é rico em dióxido de carbono, sugerindo que se formou em uma região muito mais fria e distante de sua estrela de origem do que a maioria dos cometas do Sistema Solar.Quantos objetos interestelares já foram descobertos?
Até o momento, apenas três grandes objetos interestelares foram confirmados: 1I/’Oumuamua (2017), 2I/Borisov (2019) e o Cometa 3I/ATLAS.Indicação de Leitura
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Fonte: Artigo “Comet 3I/ATLAS” pulicado em nasa.gov
