Uma nova janela para entender como nascem planetas e luas
Astrônomos usando o Observatório ALMA acabam de detectar algo inédito: o planeta em formação PDS 70c está brilhando em ondas de rádio — mas não por causa de poeira, e sim de gás ionizado que envolve sua atmosfera. Essa descoberta oferece pistas valiosas sobre como gigantes gasosos crescem e como seus sistemas de luas podem surgir.
🌠 Uma observação sem precedentes
O estudo, liderado por Oriana Domínguez-Jamett, da Universidad de Chile, e publicado na revista Astronomy & Astrophysics, revelou um cenário surpreendente. As observações do ALMA, em múltiplas frequências (Bandas 3, 4, 7 e 9), mostraram que o sinal de rádio não vem do tipo de disco de poeira que os cientistas esperavam encontrar ao redor de um planeta jovem.
Em vez disso, a equipe descobriu que o brilho vem de gás ionizado — partículas eletricamente carregadas que colidem e emitem radiação. Esse tipo de emissão, conhecido como emissão livre-livre, é típico de regiões onde o gás está sendo aquecido por impactos violentos de material em queda.

📸 Crédito: O. Domínguez et al. – N. Lira – ALMA (ESO/NAOJ/NRAO).
🔭 O misterioso sistema PDS 70
Localizado a cerca de 370 anos-luz de distância, na constelação do Centauro, o sistema PDS 70 é uma verdadeira joia para a astronomia moderna. Ele abriga dois planetas em formação, e o PDS 70c é cercado por um disco circumplanetário — uma estrutura de gás e poeira que alimenta o planeta e, possivelmente, origina futuras luas.
Contudo, os novos dados indicam que esse disco contém muito menos poeira do que o esperado, possivelmente mil vezes menos, segundo Domínguez-Jamett. Isso sugere que o ambiente de formação planetária pode variar muito mais do que se imaginava.
💫 Gás, não poeira: uma assinatura inédita
Ao combinar dados observacionais com modelos teóricos, os pesquisadores concluíram que apenas uma pequena fração de gás ionizado é suficiente para explicar a queda de brilho observada nas frequências mais altas. Isso marca a primeira identificação do mecanismo de emissão de rádio em um ambiente circumplanetário.
“Essas observações mostram que um disco de poeira padrão não envolve o PDS 70c. O sinal vem, na verdade, do gás ionizado que brilha quando material cai sobre o planeta”, explica a pesquisadora Oriana Domínguez-Jamett.
🌍 Um passo a mais na compreensão da formação planetária
De acordo com o astrônomo Simon Casassus, coautor do estudo, este é um avanço decisivo:
“Pela primeira vez, conseguimos não apenas detectar discos ao redor de planetas em formação, mas também identificar o tipo de radiação que eles produzem. Isso é essencial para entender como planetas gigantes crescem e como seus sistemas de luas se formam.”
Além disso, o cientista John Carpenter, do ALMA, destaca que distinguir entre emissões de poeira e gás é crucial para compreender os estágios finais do nascimento dos planetas. Assim, o ALMA se consolida como uma das ferramentas mais poderosas para investigar os bastidores do nascimento de novos mundos.

🌌 Conclusão
Essa descoberta marca um marco na astronomia planetária. Ao identificar o brilho de rádio vindo do gás ionizado ao redor de PDS 70c, os astrônomos deram um passo fundamental para compreender como os planetas gasosos acumulam massa e como as luas podem surgir a partir desse processo.
No universo, cada nova observação do ALMA reforça a ideia de que a formação planetária é muito mais dinâmica e diversa do que imaginávamos.
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❓FAQ – ALMA e o nascimento de planetas
1. O que é o sistema PDS 70?
É um sistema estelar jovem, a 370 anos-luz de distância, com dois planetas em formação observados diretamente.
2. O que o ALMA detectou em PDS 70c?
Um sinal de rádio vindo de gás ionizado ao redor do planeta, e não de poeira como se imaginava.
3. Por que isso é importante?
Porque ajuda a entender como gigantes gasosos, como Júpiter, crescem e formam seus sistemas de luas.
4. O que é um disco circumplanetário?
É uma estrutura de gás e poeira que circunda um planeta jovem e alimenta seu crescimento.
5. O que significa “emissão livre-livre”?
É a radiação gerada quando elétrons e íons colidem em um gás ionizado.
6. O que essa descoberta revela sobre a formação de luas?
Mostra que as luas podem nascer em ambientes gasosos e quentes, diferentes dos modelos tradicionais.
7. Quem conduziu o estudo?
A pesquisa foi liderada por Oriana Domínguez-Jamett, da Universidad de Chile, com apoio do ALMA e da ESO.
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Fonte: almaobservatory.org
