Pular para o conteúdo
Home » Blog » Cometa 3I/ATLAS: O Viajante Interestelar que Se Aproxima da Terra

Cometa 3I/ATLAS: O Viajante Interestelar que Se Aproxima da Terra

Cometa 3I/ATLAS

Você já parou para pensar que, neste exato momento, um visitante de outro sistema estelar está cruzando o nosso quintal cósmico? A resposta para a pergunta Qual cometa está se aproximando da Terra é o fascinante Cometa 3I/ATLAS. Este não é um cometa comum, nascido na fria periferia do nosso Sistema Solar. Ele é um viajante interestelar, uma cápsula do tempo que carrega segredos sobre a formação de planetas em torno de uma estrela distante. Sua aproximação é um verdadeiro presente de Natal antecipado para astrônomos e entusiastas, oferecendo uma oportunidade única de observação e estudo.

A descoberta do 3I/ATLAS marca um momento emocionante na astronomia. Ele é apenas o terceiro objeto interestelar de grande porte que conseguimos identificar, seguindo os passos do misterioso 1I/’Oumuamua e do espetacular 2I/Borisov. Além disso, a chance de observá-lo de perto, enquanto ele passa rapidamente, pode reescrever o que sabemos sobre a origem dos cometas e a história violenta do nosso próprio Sistema Solar.

Imagem do cometa interestelar 3I/ATLAS capturada pelo telescópio Gemini North. O cometa aparece no centro como um núcleo esverdeado envolto por uma tênue coma verde. Ao fundo, estrelas e galáxias formam rastros coloridos em azul, verde, laranja e vermelho, resultado das exposições feitas com diferentes filtros enquanto o telescópio acompanha o movimento do cometa.
O cometa interestelar 3I/ATLAS surge com um brilho esverdeado em nova imagem do Gemini North. Os rastros coloridos ao fundo são estrelas registradas através de filtros azul, verde, laranja e vermelho enquanto o telescópio manteve o cometa fixo no centro do campo de visão.
Créditos: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/B. Bolin — Processamento: J. Miller, M. Rodriguez, T.A. Rector, M. Zamani

A Jornada do Cometa 3I/ATLAS: Um Viajante de Outra Estrela

O que torna o Cometa 3I/ATLAS tão especial é a sua origem. Ele não nasceu aqui. Presumivelmente, este andarilho cósmico se formou em um disco protoplanetário de gás e poeira que girava em torno de outra estrela, um local de intensa formação planetária. Segundo o professor assistente de Física e Astronomia da Michigan State University, Darryl Seligman, o mais provável é que o 3I/ATLAS tenha sido ejetado por um “estilingue gravitacional” de um exoplaneta gigante.

Dessa forma, ele começou uma jornada solitária, atravessando o meio interestelar da Via Láctea por bilhões de anos. Agora, ele se aproxima do nosso Sol pela primeira vez, e é quase certamente a primeira vez que ele chega perto de qualquer estrela. Enquanto isso, nós, aqui na Terra, ganhamos assentos na primeira fila para assistir a este evento cósmico.

O Que Significa Ser um Objeto Interstelar

Para entender a singularidade do 3I/ATLAS, precisamos olhar para sua órbita. Os objetos nativos do nosso Sistema Solar, como planetas e a maioria dos cometas, possuem órbitas circulares ou elípticas, o que significa que estão gravitacionalmente ligados ao Sol. Por outro lado, objetos interestelares, como o 3I/ATLAS, possuem órbitas hiperbólicas. Isso prova que eles vieram de outro lugar. Eles chegam, passam e nunca mais retornam.

Portanto, a única chance que temos de estudá-los é durante esta breve passagem. As medições que fazemos neste curto período fornecem pistas cruciais para a nossa compreensão da formação de planetas em toda a galáxia. Em 2017, descobrimos o primeiro objeto interestelar conhecido, o 1I/’Oumuamua. Dois anos depois, identificamos o 2I/Borisov, que exibia uma cauda proeminente e tinha uma composição diferente dos cometas do Sistema Solar.

O Que a Aproximação do Cometa 3I/ATLAS Revela sobre o Universo

No dia 19 de dezembro, apenas seis dias antes do Natal, este errante cósmico estará em seu ponto mais próximo da Terra. Esta será a maior proximidade que ele terá em toda a vida do universo. Para os astrônomos, esta é a melhor oportunidade para observar de perto e aprender como a formação de planetas em sistemas exoplanetários é semelhante ou diferente do que aconteceu no nosso Sistema Solar.

De acordo com simulações de computador, o nosso próprio Sistema Solar ejetou uma enorme quantidade de material para a Via Láctea na forma de cometas interestelares. Para reproduzir a estrutura do Sistema Solar que vemos hoje, houve um período violento em que os planetas gigantes, como Júpiter, Urano, Saturno e Netuno, migraram. Durante esse processo, eles provavelmente liberaram cerca de 30 massas terrestres de cometas do tamanho do 3I/ATLAS para o meio interestelar.

Imagem do cometa interestelar 3I/ATLAS, composta por 24 exposições de 60 segundos cada, mostrando o núcleo brilhante e uma cauda de gás alongada, com indícios de uma cauda de poeira e uma anti-cauda sutil. A captura foi feita pelo astrofotógrafo Satoru Murata usando um telescópio de 0,2 m.
O cometa interestelar 3I/ATLAS ressurge após passar atrás do Sol e revela uma cauda de gás complexa, com sinais de poeira e até uma anti-cauda tênue. A imagem, composta por 24 exposições de 60 segundos, foi capturada pelo astrofotógrafo Satoru Murata com um telescópio de 0,2 m.

Créditos: Satoru Murata

A Visão dos Astrônomos Amadores

A boa notícia é que esta aproximação não é apenas para os cientistas. Qualquer pessoa pode ter um vislumbre do 3I/ATLAS com um pequeno telescópio ou binóculos muito potentes. Esta é uma chance incrível de se conectar com o cosmos e testemunhar um objeto que viajou por eras. Além disso, a facilidade de detecção das características críticas do gelo aumenta à medida que o cometa se aproxima da Terra, o que torna o evento ainda mais empolgante para a comunidade científica.

A Composição Química e o Mistério da Formação Cometa

Os cometas são como bolas de neve sujas, e os gelos que vemos neles nos contam sobre as condições em que se formaram. A água, por exemplo, congela em temperaturas frias. Quanto mais longe do Sol um cometa se forma, mais frio é o ambiente. Portanto, o fato de os cometas do nosso Sistema Solar terem a água como gelo principal indica que eles se formaram principalmente perto de onde Júpiter está agora.

Contudo, o monóxido de carbono e o dióxido de carbono congelam em temperaturas muito mais frias do que a água. O 2I/Borisov, por exemplo, continha mais monóxido de carbono do que água, o que sugere que ele se formou a uma distância muito maior de sua estrela progenitora do que os cometas típicos do nosso Sistema Solar.

O Cometa 3I/ATLAS e a Singularidade do Nosso Sistema Solar

Após anos de busca, os astrônomos avistaram o 3I/ATLAS em julho. E valeu a pena esperar. Observações iniciais com instalações como o Telescópio Espacial James Webb (JWST) revelaram que ele é enriquecido em dióxido de carbono. Isso provavelmente indica que, assim como o 2I/Borisov, o 3I/ATLAS se formou muito mais longe em seu sistema estelar progenitor do que os cometas do nosso Sistema Solar.

Essas observações sugerem que a formação de cometas ocorre em regiões muito mais distantes do que pensávamos, com base nas inferências do nosso Sistema Solar. Dessa forma, o nosso sistema pode ser, de certa forma, único. Por outro lado, é possível que também tenhamos produzido cometas tão distantes, mas todos eles foram subsequentemente ejetados. Se isso for verdade, o nosso Sistema Solar não seria tão único assim. De qualquer maneira, o 3I/ATLAS nos oferece uma nova janela para colocar o nosso Sistema Solar em seu contexto cósmico neste final de ano.

Imagem mostrando o halo de gás e poeira (coma) do cometa 3I/ATLAS, capturada pelo Espectrógrafo de Imagem Ultravioleta (IMS) da sonda MAVEN em 9 de outubro de 2025. Tons mais claros indicam átomos de hidrogênio liberados do cometa quando seu gelo de água se transforma em vapor. Créditos: NASA/Goddard/LASP/CU Boulder.
O halo de gás e poeira (coma) do cometa interestelar 3I/ATLAS é revelado nesta imagem capturada em 9 de outubro de 2025 pelo instrumento IMS a bordo da sonda MAVEN, que estuda Marte desde 2014. O ponto mais brilhante no centro indica a posição do cometa, enquanto os tons mais claros ao redor mostram átomos de hidrogênio liberados quando o gelo do cometa se transforma em vapor sob a luz solar.
Créditos: NASA/Goddard/LASP/CU Boulder.

O mensageiro interestelar que nos força a repensar a história do nosso universo

O Cometa 3I/ATLAS é mais do que um ponto brilhante no céu de dezembro; ele é um mensageiro interestelar que nos força a repensar a história do nosso universo. Sua passagem rápida nos dá informações valiosas sobre a formação de mundos distantes e a dinâmica violenta que moldou a nossa própria vizinhança cósmica. A ciência avança com cada observação, e cada novo visitante nos lembra da vastidão e da complexidade da Via Láctea.

Portanto, a grande questão que fica é: se o nosso Sistema Solar ejetou tanto material para o espaço, e se outros sistemas fazem o mesmo, quantos outros viajantes silenciosos estão cruzando o nosso caminho neste exato momento?

Se você se inspira com a beleza e o mistério do cosmos, venha fazer um Rolê no Espaço conosco! Visite o nosso site para mais artigos fascinantes e notícias sobre o universo: www.rolenoespaco.com.br. E não se esqueça de nos seguir no Instagram para acompanhar as últimas descobertas e imagens astronômicas: @role_no_espaco.

FAQ (Perguntas Frequentes) Cometa 3I/ATLAS: o viajante interestelar que se aproxima da Terra

Qual cometa está se aproximando da Terra? O cometa que está se aproximando da Terra é o Cometa 3I/ATLAS. Ele é classificado como um cometa interestelar, o que significa que se originou fora do nosso Sistema Solar.
O que é um cometa interestelar? Um cometa interestelar é um objeto que se formou em torno de outra estrela e foi ejetado para o espaço interestelar. Sua órbita é hiperbólica, indicando que ele não está gravitacionalmente ligado ao Sol.
Quando o Cometa 3I/ATLAS estará mais próximo da Terra? O Cometa 3I/ATLAS fará sua maior aproximação da Terra no dia 19 de dezembro.
Por que o Cometa 3I/ATLAS é importante para a ciência? Ele oferece uma oportunidade única de estudar a composição e as condições de formação de cometas em outros sistemas estelares, ajudando a compreender a formação de planetas na galáxia.
O Cometa 3I/ATLAS pode ser visto a olho nu? Não. O cometa não é visível a olho nu, mas pode ser observado com pequenos telescópios ou binóculos potentes durante sua maior aproximação.
O que a composição do 3I/ATLAS nos diz? As observações indicam que ele é rico em dióxido de carbono, sugerindo que se formou em uma região muito mais fria e distante de sua estrela de origem do que a maioria dos cometas do Sistema Solar.
Quantos objetos interestelares já foram descobertos? Até o momento, apenas três grandes objetos interestelares foram confirmados: 1I/’Oumuamua (2017), 2I/Borisov (2019) e o Cometa 3I/ATLAS.

Indicação de Leitura

Gostou do nosso artigo? Então, continue explorando e veja as outras matérias que preparamos sobre esse incrível e misterioso visitante interestelar. Descubra como o 3I/ATLAS está ajudando cientistas da ESA e da NASA a desvendar os segredos dos cometas que vagam entre as estrelas e o que essas descobertas podem revelar sobre a formação dos mundos.

Sugestões de Links Internos (Inbound)

Sugestões de Links Externos (Outbound):

Fonte: Artigo “Comet 3I/ATLAS” pulicado em nasa.gov

Marcações:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *