O cometa interestelar 3I/ATLAS chegou ao nosso sistema solar vindo de outra estrela, e a NASA acaba de revelar descobertas fascinantes sobre esse visitante cósmico raro. Desde sua descoberta em julho passado, telescópios e sondas espaciais de todo o sistema solar trabalharam juntos para desvendar os segredos deste objeto misterioso.

O Terceiro Visitante Interestelar Confirmado
Descoberto em 1º de julho pelo telescópio ATLAS financiado pela NASA no Chile, o 3I/ATLAS representa apenas o terceiro objeto confirmado a chegar de outro sistema estelar. Assim como os anteriores ‘Oumuamua e 2I/Borisov, este cometa oferece uma oportunidade única de estudar material formado ao redor de uma estrela distante.
Durante semanas, especulações surgiram nas redes sociais sugerindo que o objeto poderia ser tecnologia alienígena disfarçada. Além disso, a situação ficou ainda mais tensa durante um período de 43 dias em que o governo americano enfrentou paralisações e a NASA não pôde comentar publicamente sobre o objeto.
Contudo, na semana passada, com a retomada das atividades, a agência espacial realizou uma coletiva de imprensa aguardada ansiosamente. O resultado? A NASA deixou claro desde o início: trata-se de um cometa natural, não de tecnologia extraterrestre.
Confirmação Definitiva: É um Cometa Natural
“Nós realmente queremos encontrar sinais de vida no universo”, declarou Amit Kshatriya, administrador associado da NASA. “Mas 3I/ATLAS é um cometa.”
A confusão começou em julho, quando pesquisadores incluindo o astrofísico de Harvard Avi Loeb publicaram um artigo não revisado por pares sugerindo características incomuns no objeto. Dessa forma, as especulações ganharam força rapidamente, especialmente depois que Elon Musk comentou em um podcast sobre possíveis influências além da gravidade no movimento do cometa.
Por outro lado, todas as observações da NASA confirmam o comportamento típico de um cometa. Nicky Fox, administradora associada da Diretoria de Missão Científica da NASA, enfatizou que nenhuma das observações mostrou tecnoassinaturas ou qualquer evidência de que seria algo diferente de um cometa natural.
Portanto, os cientistas estão confiantes de que o 3I/ATLAS não representa ameaça à Terra. Ele não chegará mais perto do que 270 milhões de quilômetros do nosso planeta e não se aproximará de nenhum outro planeta durante sua passagem pelo sistema solar.

Operação Coordenada de Vigilância Espacial
Desde o momento da descoberta, os cientistas sabiam que o cometa estava no lado oposto do Sol em relação à Terra, dificultando observações terrestres. Assim, a NASA convocou uma sessão de planejamento coordenado em agosto, reunindo equipes de mais de 20 missões espaciais.
Tom Statler, cientista líder da NASA para corpos pequenos do sistema solar, comparou o esforço a assistir um jogo de beisebol de diferentes assentos ao redor do estádio. “Todo mundo tem uma câmera e está tentando tirar uma foto da bola”, explicou ele. “Ninguém tem a visão perfeita, e todo mundo tem uma câmera diferente.”
Marte estava estrategicamente posicionado no lado favorável do Sol. Dessa maneira, em outubro, o Mars Reconnaissance Orbiter capturou imagens do 3I/ATLAS como uma bola branca difusa, revelando sua coma de poeira e gelo de aproximadamente 145 milhões de quilômetros de distância.
Telescópios Espaciais em Ação
Enquanto isso, a sonda MAVEN detectou o cometa através de “ondulações científicas” ultravioleta que captaram assinaturas de gás hidrogênio liberado conforme a luz solar vaporizava o gelo de água do cometa. Combinados com dados do telescópio Swift e do James Webb, os cientistas conseguiram estimar a taxa de produção de água do cometa.
Outras naves espaciais ofereceram perspectivas de pontos mais distantes. Em setembro, a missão Psyche da NASA, que estuda asteroides, fotografou o cometa como uma mancha tênue de 53 milhões de quilômetros de distância. Uma semana depois, a missão Lucy observou a coma e a cauda da direção oposta, ajudando a reconstruir a estrutura tridimensional da poeira.
Além disso, até o observatório solar SOHO conseguiu detectar o objeto fraco em meados de outubro, superando as expectativas dos cientistas. O Telescópio Espacial Hubble, pouco depois de completar seu 35º aniversário, observou o cometa de 446 milhões de quilômetros de distância, revelando uma coma em forma de pera.


Janela para Sistemas Estelares Antigos
Os cientistas acreditam que o 3I/ATLAS viajou pelo espaço interestelar por muito tempo. Com base na velocidade com que entrou no sistema solar, evidências circunstanciais apontam que o cometa se originou em um sistema planetário muito antigo, possivelmente mais velho que o nosso.
“Isso me arrepia só de pensar, francamente”, disse Statler, observando que o 3I/ATLAS pode revelar insights sobre a história cósmica que antecede a formação da Terra e do Sol. “É uma nova janela para a composição e história de outros sistemas solares.”
Portanto, estudar este visitante interestelar permite aos cientistas compreender melhor como sistemas planetários distantes se formaram e evoluíram. Cada análise química e física do cometa adiciona mais peças ao quebra-cabeça da formação estelar no universo.
Pistas Químicas Intrigantes
Até agora, o 3I/ATLAS se comportou exatamente como um cometa deveria enquanto aquece perto do Sol, liberando água e dióxido de carbono. Entretanto, algumas características químicas chamaram a atenção dos pesquisadores.
O James Webb detectou uma proporção incomumente alta de dióxido de carbono em relação ao gelo de água, bem acima do típico para cometas nascidos em nosso sistema solar. Essa informação sugere que os gelos do 3I/ATLAS podem ter sido moldados por ambientes de radiação mais severos ao redor de uma estrela mais antiga.
Comportamento Peculiar da Poeira
Além disso, cientistas detectaram gás excepcionalmente rico em níquel em relação ao ferro. A poeira ao redor do cometa também mostra propriedades ligeiramente atípicas, sugerindo que os tamanhos dos grãos diferem dos cometas locais.
Um comportamento especialmente curioso foi observado quando a poeira foi inicialmente soprada em direção ao Sol antes que a radiação solar gradualmente a empurrasse de volta. Essa sequência mais longa e menos comum do que os cientistas geralmente observam em cometas do nosso sistema solar intriga os pesquisadores.
“Ainda estamos aprendendo até mesmo sobre quais perguntas ainda precisamos fazer”, observou Statler. “E isso, é claro, é o processo científico em ação.”

O Que Vem pela Frente
As observações do cometa interestelar 3I/ATLAS continuarão conforme ele segue sua trajetória pelo sistema solar. Na primavera de 2026, ele passará pela órbita de Júpiter antes de retornar ao espaço interestelar, deixando nosso sistema solar para sempre.
Cada dado coletado pelos telescópios e sondas espaciais adiciona mais informações sobre a composição química e física deste visitante cósmico. Os cientistas esperam que análises futuras revelem ainda mais sobre o sistema estelar de origem do cometa e as condições que prevaleciam lá.
Dessa forma, o 3I/ATLAS representa uma oportunidade científica rara que pode não se repetir por anos ou até décadas. Afinal, objetos interestelares são extremamente raros, e cada um traz consigo segredos únicos de cantos distantes da galáxia.
Uma Perspectiva Cósmica
A passagem do cometa interestelar 3I/ATLAS pelo nosso sistema solar nos lembra que fazemos parte de uma galáxia dinâmica e interconectada. Enquanto o cometa completa sua jornada, ele carrega consigo fragmentos de outro mundo, outra estrela, outra história cósmica.
Para os cientistas, cada medição e observação representa uma peça valiosa do quebra-cabeça galáctico. Para nós, entusiastas do espaço, representa algo ainda maior: a prova tangível de que o universo está repleto de mistérios esperando para serem descobertos.
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Perguntas Frequentes Descobertas Surpreendentes Sobre o Cometa 3I/ATLAS e
1. O que é o cometa interestelar 3I/ATLAS?
É o terceiro objeto confirmado vindo de outro sistema estelar, descoberto em julho de 2025 pelo telescópio ATLAS no Chile. Trata-se de um cometa natural composto de gelo e poeira.
2. O 3I/ATLAS representa algum perigo para a Terra?
Não. O cometa não chegará mais perto do que 270 milhões de quilômetros da Terra e não representa nenhuma ameaça ao nosso planeta ou aos outros planetas do Sistema Solar.
3. Por que alguns especularam que era tecnologia alienígena?
Após a descoberta, pesquisadores publicaram um artigo sugerindo características incomuns. Contudo, todas as observações da NASA confirmaram que é um cometa natural sem nenhuma tecnoassinatura.
4. O que torna o 3I/ATLAS especial?
Ele carrega pistas químicas de um sistema estelar distante e possivelmente mais antigo que o nosso, incluindo uma proporção incomum de dióxido de carbono em relação à água.
5. Quantas missões espaciais observaram o cometa?
Mais de 20 missões da NASA trabalharam coordenadamente para observar o 3I/ATLAS de diferentes pontos do Sistema Solar, incluindo o Hubble, James Webb, sondas marcianas e outras.
6. Quando o 3I/ATLAS deixará nosso Sistema Solar?
Após passar pela órbita de Júpiter na primavera de 2026, o cometa seguirá sua trajetória de volta ao espaço interestelar, deixando o Sistema Solar para sempre.
7. Como os cientistas sabem que veio de outro sistema estelar?
Pela análise da trajetória e velocidade do objeto ao entrar no Sistema Solar, características que indicam origem externa e não de objetos nativos orbitando o Sol.
Indicação de Leitura
Gostou do nosso artigo? Então, continue explorando e veja as outras matérias que preparamos sobre esse incrível e misterioso visitante interestelar. Descubra como o 3I/ATLAS está ajudando cientistas da ESA e da NASA a desvendar os segredos dos cometas que vagam entre as estrelas e o que essas descobertas podem revelar sobre a formação dos mundos.
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Fonte:
Telegrams Posted: “Gemini pre-perihelion detection of CN/C3/C2 gas emission and dust fans in interstellar comet 3I/ATLAS” Bryce Bolin, Ian Wong, Brian Lemaux, Laura-May Abron, Matthew Belyakov, Pablo Candia, Kristin Chiboucas,…20 Nov 2025; 02:37 UT.
Telegrams Posted “Comet 3I/ATLAS: Post-perihelion spectroscopic results from PRL Mt Abu Observatory“Shashikiran Ganesh, Goldy Ahuja, Arvind B., Anil Bhardwaj
19 Nov 2025; 16:03 UT.
Telegrams Posted “Further MeerKAT observations of 1665/1667 MHz OH in absorption and emission, and a technosignature search in 3I/ATLAS” D. J. Pisano, Oleg M. Smirnov, Mykola Ivchenko, Lorenz Roth, Sarah Buchner, Chenoa Tremblay, Andrew…18 Nov 2025; 10:33 UT.
Artigo: “ESA pinpoints 3I/ATLAS’s path with data from Mars” Publicado em. esa.int
Dados de Missões: “Comet 3I/ATLAS” Publicado em. nasa.gov
