Em um fenômeno cósmico surpreendente, o Telescópio Espacial Hubble da NASA detectou sinais de que uma estrela morta — uma anã branca — está devorando os restos de um objeto gelado semelhante a Plutão. A descoberta, publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society em 18 de setembro de 2025, revela como mundos distantes podem deixar suas últimas marcas no universo.
O que aconteceu?
A anã branca, com metade da massa do nosso Sol, mas comprimida em um corpo do tamanho da Terra, capturou e destruiu um planeta anão gelado vindo da versão local da Cintura de Kuiper — a mesma região onde Plutão e outros mundos gelados orbitam em nosso Sistema Solar.
Os astrônomos analisaram a composição química do material que caiu sobre a estrela e encontraram algo inesperado: uma grande quantidade de elementos voláteis, como carbono, enxofre, nitrogênio e oxigênio em níveis que indicam a presença de água.
Segundo Snehalata Sahu, da Universidade de Warwick, que liderou a análise:
“Não esperávamos encontrar água ou material tão gelado, já que esses objetos geralmente são expulsos do sistema quando a estrela se transforma em anã branca. Mas aqui, vemos um material incrivelmente rico em gelo.”
Só o Hubble poderia ver isso
Graças ao Cosmic Origins Spectrograph, o Hubble revelou que os fragmentos eram compostos por cerca de 64% de gelo de água, além de altas concentrações de nitrogênio — o maior nível já detectado em restos ao redor de uma anã branca.
Esse detalhe chamou atenção porque Plutão possui superfície coberta por gelo de nitrogênio. Isso reforça a ideia de que a anã branca está devorando pedaços da crosta e do manto de um exo-Plutão.

Um espelho do futuro do nosso Sol
Essa anã branca está a apenas 260 anos-luz de distância, uma vizinhança relativamente próxima em termos cósmicos. E o que os astrônomos observaram lá pode refletir o futuro do nosso próprio Sistema Solar.
Dentro de bilhões de anos, quando o Sol também se tornar uma anã branca, é provável que objetos da Cintura de Kuiper, como Plutão, sejam igualmente puxados e destruídos pela gravidade extrema da estrela remanescente.
Como explicou Sahu:
“Se observadores alienígenas olhassem para o nosso Sistema Solar no futuro, provavelmente veriam sinais parecidos aos que vemos hoje nesse sistema.”
Próximos passos: Hubble e James Webb
A equipe pretende usar o Telescópio Espacial James Webb para observar o mesmo sistema no infravermelho. Isso permitirá identificar moléculas complexas, como carbonatos e vapor d’água, aprofundando ainda mais a compreensão sobre esses eventos cósmicos.
Para os cientistas, cada descoberta desse tipo ajuda a revelar não apenas como planetas se formam, mas também como a água pode ser transportada para mundos rochosos, abrindo caminhos para entender melhor as condições de habitabilidade em outros sistemas estelares.
🌌 Por que isso importa?
Essa descoberta não é apenas mais uma façanha tecnológica do Hubble. Ela mostra que mesmo no fim da vida de uma estrela, ainda existem pistas fundamentais sobre planetas, gelo, água e os blocos de construção da vida.
O estudo desses restos cósmicos é como abrir um livro de história do universo, revelando capítulos sobre o nascimento e a destruição de mundos.
❓FAQ — Perguntas Frequentes Estrela anã branca devorando objeto
1. O que o Hubble descobriu?
O Telescópio Espacial Hubble detectou uma anã branca devorando fragmentos de um objeto gelado semelhante a Plutão, possivelmente vindo de uma região similar à Cintura de Kuiper.
2. Por que essa descoberta é importante?
Ela mostra que mesmo após a morte de uma estrela, ainda podem ser encontradas pistas sobre a formação de planetas e a presença de água em sistemas estelares.
3. Qual foi a maior surpresa dos cientistas?
A alta concentração de gelo de água e nitrogênio, elementos raramente detectados em restos ao redor de anãs brancas. Isso sugere que a estrela está consumindo partes de um exo-Plutão.
4. O que isso pode revelar sobre o futuro do Sol?
Quando o Sol se tornar uma anã branca, em bilhões de anos, ele poderá atrair e destruir objetos da Cintura de Kuiper, como Plutão, de forma semelhante ao observado nesse sistema.
5. Qual será o próximo passo das observações?
Os cientistas pretendem usar o Telescópio James Webb para analisar o sistema no infravermelho, buscando moléculas complexas e sinais de água em maior detalhe.
6. Onde esse sistema está localizado?
A anã branca estudada está a cerca de 260 anos-luz de distância, considerada uma vizinhança próxima em termos astronômicos.
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Fonte: Artigo NASA
