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Hubble e Gaia Reavaliam o Futuro da Via Láctea: Colisão com Andrômeda é Menos Certa!

Por décadas, a colisão iminente entre a Via Láctea e a galáxia de Andrômeda tem sido um tópico de fascínio e preocupação. No entanto, o Hubble e Gaia reavaliam o futuro da Via Láctea, e os novos dados sugerem que esse encontro cósmico pode não ser tão inevitável quanto se pensava. Uma nova análise, combinando mais de uma década de observações do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA e dados da missão Gaia da ESA, desafia o consenso anterior e oferece uma perspectiva surpreendente sobre o destino de nossa galáxia. Prepare-se para descobrir como a ciência está reescrevendo o futuro do nosso lar cósmico!

O Encontro Galáctico: Uma História Reescrita

Desde 1912, astrônomos perceberam que a galáxia de Andrômeda estava vindo em nossa direção. Um século depois, observações do Hubble pareciam confirmar uma colisão frontal quase certa em cerca de 4,5 bilhões de anos. Simulações indicavam que esse evento desencadearia um intenso surto de formação estelar, supernovas e poderia até ejetar nosso Sol para uma órbita diferente. Contudo, a ciência está em constante evolução, e novas informações podem mudar tudo.

Um novo estudo, utilizando dados do Hubble e do Gaia da ESA, sugere que esse cenário pode não ser tão garantido. Pesquisadores reexaminaram a previsão de colisão e descobriram que ela é muito menos inevitável do que se suspeitava. Segundo Till Sawala, astrônomo da Universidade de Helsinque e principal autor do estudo publicado na revista Nature Astronomy, “Temos o estudo mais abrangente deste problema hoje, que realmente incorpora todas as incertezas observacionais.”

A Influência da Grande Nuvem de Magalhães

O estudo também revelou que a presença da Grande Nuvem de Magalhães (LMC), uma galáxia satélite da Via Láctea, pode afetar a trajetória de nossa galáxia, tornando a colisão menos provável. Till Sawala enfatiza que prever o futuro a longo prazo das interações galácticas é altamente incerto. No entanto, as novas descobertas desafiam o consenso anterior e sugerem que o destino da Via Láctea permanece uma questão em aberto.

 uma imagem composta por três painéis — dois na parte superior e um maior na parte inferior.
No canto superior esquerdo, duas galáxias espirais aparecem amplamente separadas contra o fundo negro do espaço.
No canto superior direito, duas galáxias espirais vistas de frente estão muito próximas; seus braços espirais parecem esticados uma em direção à outra.
uma imagem composta por três painéis — dois na parte superior e um maior na parte inferior. No canto superior esquerdo, duas galáxias espirais aparecem amplamente separadas contra o fundo negro do espaço. No canto superior direito, duas galáxias espirais vistas de frente estão muito próximas; seus braços espirais parecem esticados uma em direção à outra.

Simulações e Probabilidades: Um Futuro Incerto

A equipe de Till Sawala, que inclui pesquisadores da Universidade de Durham, Reino Unido; da Universidade de Toulouse, França; e da Universidade da Austrália Ocidental, concluiu que há aproximadamente 50% de chance de as duas galáxias colidirem nos próximos 10 bilhões de anos. Essa conclusão foi baseada em simulações de computador que utilizaram os dados observacionais mais recentes.

Till destacou: “Mesmo usando os dados observacionais mais recentes e precisos disponíveis, o futuro do Grupo Local de várias dezenas de galáxias é incerto. Curiosamente, encontramos uma probabilidade quase igual para o cenário de fusão amplamente divulgado ou, inversamente, um alternativo onde a Via Láctea e Andrômeda sobrevivem ilesas.” Essa incerteza ressalta a complexidade de modelar interações cósmicas em escalas de tempo tão vastas.

Variáveis e Incertezas

Os astrônomos consideraram 22 variáveis diferentes que poderiam afetar a potencial colisão entre nossa galáxia e sua vizinha, e realizaram 100.000 simulações, conhecidas como simulações de Monte Carlo, estendendo-se por 10 bilhões de anos no futuro. “Como há tantas variáveis, cada uma com seus erros, isso acumula uma incerteza bastante grande sobre o resultado, levando à conclusão de que a chance de uma colisão direta é de apenas 50% nos próximos 10 bilhões de anos”, disse Till.

Ele continua: “A Via Láctea e Andrômeda sozinhas permaneceriam no mesmo plano enquanto orbitam uma à outra, mas isso não significa que elas precisam colidir. Elas ainda poderiam passar uma pela outra.” Em cerca de metade das simulações, as duas galáxias principais passam uma pela outra separadas por cerca de meio milhão de anos-luz ou menos (cinco vezes o diâmetro da Via Láctea). Elas se afastam, mas depois retornam e eventualmente se fundem em um futuro distante. O decaimento gradual da órbita é causado por um processo chamado atrito dinâmico entre os vastos halos de matéria escura que cercam cada galáxia no início.

Na maioria dos outros casos, as galáxias nem chegam perto o suficiente para que o atrito dinâmico funcione eficazmente. Nesse cenário, as duas galáxias podem continuar sua dança orbital por um tempo muito longo. O novo resultado também ainda deixa uma pequena chance de cerca de 2% para uma colisão frontal entre as galáxias em apenas 4 a 5 bilhões de anos. Considerando que o aquecimento do Sol tornará a Terra inabitável em aproximadamente 1 bilhão de anos, e o próprio Sol provavelmente se extinguirá em 5 bilhões de anos, uma colisão com Andrômeda é a menor de nossas preocupações cósmicas.

Imagem artística mostrando o Telescópio Espacial Gaia mapeando as estrelas da Via Láctea. A espaçonave aparece em primeiro plano, refletindo a luz das estrelas, enquanto ao fundo se estende um vasto campo estelar repleto de pontos luminosos, representando o trabalho do Gaia na criação do mapa tridimensional mais detalhado da nossa galáxia.
Imagem artística mostrando o Telescópio Espacial Gaia mapeando as estrelas da Via Láctea. A espaçonave aparece em primeiro plano, refletindo a luz das estrelas, enquanto ao fundo se estende um vasto campo estelar repleto de pontos luminosos, representando o trabalho do Gaia na criação do mapa tridimensional mais detalhado da nossa galáxia.
imagem icônica da NASA do Telescópio Hubble, capturando a curvatura da Terra e a camada fina da atmosfera terrestre. A foto destaca a beleza da nossa planeta visto do espaço, com a linha do horizonte da Terra se misturando com a escuridão do cosmos.
imagem icônica da NASA do Telescópio Hubble, capturando a curvatura da Terra e a camada fina da atmosfera terrestre.

Conclusão

O Hubble e Gaia reavaliam o futuro da Via Láctea, e esta nova perspectiva nos lembra da natureza dinâmica e imprevisível do cosmos. As descobertas recentes não apenas aprofundam nosso conhecimento sobre a evolução galáctica, mas também nos convidam a contemplar a vastidão e a complexidade do universo com uma nova curiosidade. Continue explorando os mistérios do espaço e as últimas novidades da astronomia aqui no Rolê no Espaço, onde cada descoberta é uma porta para o desconhecido!

Perguntas Frequentes (FAQ)

O que o Hubble e o Gaia reavaliaram sobre a Via Láctea?

Eles reavaliaram a probabilidade de colisão entre a Via Láctea e a galáxia de Andrômeda, sugerindo que é menos certa do que se pensava.

Qual a nova probabilidade de colisão entre as duas galáxias?

Há aproximadamente 50% de chance de colisão nos próximos 10 bilhões de anos, segundo as novas simulações.

O que causou essa mudança na previsão?

Novos dados observacionais do Hubble e do Gaia, além de simulações de computador mais complexas que consideram diversas variáveis e incertezas.

A Grande Nuvem de Magalhães tem algum papel nisso?

Sim, a Grande Nuvem de Magalhães pode afetar a trajetória da Via Láctea, tornando a colisão com Andrômeda menos provável.

O que aconteceria se as galáxias colidissem?

Uma colisão desencadearia um intenso surto de formação estelar, supernovas e poderia alterar a órbita do nosso Sol.

Qual a chance de uma colisão frontal em 4 a 5 bilhões de anos?

O novo estudo indica uma pequena chance de cerca de 2% para uma colisão frontal nesse período.

Por que a colisão com Andrômeda é a menor das nossas preocupações cósmicas?

Porque o Sol tornará a Terra inabitável em cerca de 1 bilhão de anos e se extinguirá em 5 bilhões de anos, tornando a colisão galáctica um problema distante para a humanidade.


Indicação de Leitura

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Imagens, dados e informações utilizadas nesta matéria são de propriedade da ESA e foram disponibilizadas para fins educacionais e informativos.

Fonte: Artigo ESA

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