Em 25 de agosto de 2025, um grupo internacional de astrônomos apresentou um novo método para mapear manchas estelares — conhecidas como star spots — em estrelas distantes. A técnica, batizada de StarryStarryProcess, utiliza dados das missões TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) e do já aposentado Telescópio Espacial Kepler, ambos da NASA, e promete ampliar nossa compreensão sobre estrelas e seus planetas.
O que são as manchas estelares?
Assim como o Sol apresenta manchas solares que variam em intensidade durante seu ciclo de 11 anos, outras estrelas também possuem regiões mais frias e escuras em sua superfície. Essas manchas estelares afetam o brilho da estrela e, consequentemente, os dados que os cientistas obtêm quando observam a passagem de um planeta em frente a ela — fenômeno chamado de trânsito planetário.
Até agora, modelos simplificados assumiam que as estrelas eram “discos uniformes de luz”. Mas, como lembra Sabina Sagynbayeva, doutoranda na Stony Brook University e líder do estudo publicado no The Astrophysical Journal, “sabemos apenas olhando para o nosso Sol que as estrelas são muito mais complexas”.
Como funciona o StarryStarryProcess
A nova técnica analisa curvas de luz — gráficos que mostram a variação de brilho de uma estrela durante o trânsito de um planeta. Quando há manchas, a curva não é suave, mas apresenta pequenos picos e quedas adicionais.
O StarryStarryProcess combina informações do trânsito com a rotação da própria estrela, revelando:
- Quantidade de manchas estelares;
- Localização aproximada na superfície;
- Brilho ou escuridão relativa;
- Inclinação do eixo da estrela em relação à nossa linha de visão.
Esse mapeamento fornece um retrato mais detalhado do ambiente estelar e melhora a interpretação dos sinais captados pelos telescópios.
Caso de estudo: TOI 3884 b
Para testar o modelo, os cientistas analisaram trânsitos do planeta TOI 3884 b, descoberto em 2022 pelo TESS. Localizado a 141 anos-luz de distância, na constelação de Virgem, o planeta é um gigante gasoso cerca de cinco vezes maior que a Terra.
Os resultados sugerem que sua estrela hospedeira possui uma concentração de manchas próxima ao polo norte, justamente a região atravessada pelo planeta em sua órbita vista da Terra.
Impacto para a busca de mundos habitáveis
Entender as manchas estelares é essencial para não confundir sinais vindos da atmosfera de um planeta com aqueles causados pela atividade da estrela. Como explica Brett Morris, coautor do estudo, “se quisermos detectar água em um exoplaneta, precisamos ter certeza de que o sinal não vem da estrela”.
Essa abordagem será particularmente importante para a missão Pandora, um pequeno satélite da NASA programado para estudar a luz estelar e atmosférica de exoplanetas em diferentes comprimentos de onda. A Pandora ajudará a complementar as observações do Telescópio Espacial James Webb e refinar a busca por sinais de habitabilidade.
O futuro da exploração estelar
Desde 2018, o TESS já descobriu milhares de exoplanetas. Embora a Pandora vá se concentrar em cerca de 20 mundos, sua contribuição será decisiva para diferenciar sinais vindos das estrelas daqueles produzidos por planetas. Como destacou Allison Youngblood, cientista do projeto TESS, “quanto mais entendemos as partes individuais de um sistema planetário, melhor compreendemos o todo — e o nosso próprio lugar no universo”.
📊 FAQ para SEO (schema)
❓ O que são manchas estelares?
São regiões mais frias e escuras na superfície de estrelas, semelhantes às manchas solares, que afetam a luminosidade e a interpretação de dados de exoplanetas.
❓ Como a NASA estuda as manchas estelares?
Usando dados das missões TESS e Kepler, cientistas analisam curvas de luz de trânsitos planetários para identificar variações causadas por essas manchas.
❓ O que é o StarryStarryProcess?
É um novo modelo desenvolvido por astrônomos que combina informações de trânsitos e rotação estelar para mapear a localização e intensidade de manchas.
❓ Qual a importância das manchas estelares para exoplanetas?
Entender essas manchas evita confundir sinais estelares com características das atmosferas de exoplanetas, fator crucial na busca por mundos habitáveis.
❓ Qual missão futura da NASA usará essa técnica?
A missão Pandora, prevista para os próximos anos, vai aplicar modelos como o StarryStarryProcess para distinguir sinais de estrelas e exoplanetas.
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Fonte: Artigo Nasa
