A Agência Espacial Europeia (ESA), em parceria com a ArianeGroup e a MT Aerospace, está desenvolvendo um projeto revolucionário chamado Phoebus, que promete transformar os tanques de combustível do foguete Ariane 6. A ideia? Substituir os tradicionais tanques metálicos por tanques de plástico reforçado com fibra de carbono, um material superleve capaz de economizar toneladas de massa — algo nunca feito antes em um foguete.
O desafio do hidrogênio
O núcleo do Ariane 6 funciona com oxigênio líquido e hidrogênio líquido, dois combustíveis que exigem condições extremas. O foco do Phoebus, por enquanto, está no tanque de hidrogênio, a menor molécula do Universo, que precisa ser resfriada a −253 °C — apenas 20 graus acima do zero absoluto!
Materiais de fibra de carbono não lidam bem com temperaturas tão extremas. É como sua pele no inverno: resseca, fica frágil e pode rachar com qualquer movimento. O mesmo acontece com os tanques. Por isso, a equipe Phoebus teve que superar inúmeros desafios técnicos, desde o design do tanque até a medição de vazamentos microscópicos em condições criogênicas — equipamentos prontos para isso simplesmente não existem.

Provas de conceito e próximos passos
Pequenos tanques de 60 litros já mostraram que é possível conter hidrogênio líquido sem vazamentos, uma verdadeira primeira mundial em tecnologia de fibra de carbono. Agora, a equipe trabalha em uma versão maior, capaz de armazenar quase 2600 litros de hidrogênio, com 2 metros de diâmetro.
O tanque já iniciou as primeiras etapas de fabricação na MT Aerospace, em Augsburg, Alemanha, e a produção completa está prevista para dezembro de 2025. Em paralelo, a ArianeGroup está finalizando o projeto da instalação de testes em Trauen, Alemanha, onde o tanque será submetido a testes extremos a partir de abril de 2026.
Apesar do hidrogênio estar resfriado a −253 °C, ele é altamente inflamável, exigindo habilidades especiais e regras de segurança rigorosas durante os testes. A equipe vai levar o tanque passo a passo até o limite, monitorando pressão, temperatura e deformações, mas sem provocar falhas catastróficas.

Por que isso importa
O Phoebus faz parte do Future Launchers Preparatory Programme (FLPP) da ESA, que busca desenvolver tecnologias inovadoras para transporte espacial. Ao investir em soluções que ainda não existem, o programa reduz os riscos de projetos não testados e ajuda a Europa a se preparar para foguetes mais leves, eficientes e seguros no futuro.
Se tudo der certo, os tanques de fibra de carbono poderão ser aplicados em futuras missões Ariane e até gerar aplicações industriais fora do espaço. É mais um passo para dominar tecnologias extremas e empurrar os limites do que é possível na exploração espacial.

Conclusão
O projeto Phoebus mostra como a ESA e seus parceiros estão empurrando os limites da engenharia espacial. Desenvolver tanques de hidrogênio de fibra de carbono capazes de resistir a −253 °C e pressões extremas é um verdadeiro feito tecnológico. Além de tornar o Ariane 6 mais leve e eficiente, essa inovação pode abrir portas para novas aplicações industriais e espaciais, reforçando o papel da Europa na exploração do espaço e na tecnologia de ponta.
Phoebus é um exemplo claro de como investir em tecnologias ainda não testadas pode gerar grandes avanços, garantindo foguetes mais seguros, leves e preparados para as missões do futuro.
FAQ – Phoebus e os tanques de hidrogênio
1. O que é o projeto Phoebus?
Phoebus é um projeto da ESA, em parceria com ArianeGroup e MT Aerospace, para criar tanques de hidrogênio e oxigênio de fibra de carbono para o foguete Ariane 6, substituindo os tradicionais tanques metálicos.
2. Por que usar fibra de carbono em tanques de foguete?
A fibra de carbono é muito mais leve que o metal, permitindo economizar toneladas de massa. Isso ajuda o foguete a ser mais eficiente, carregar mais carga útil e reduzir custos.
3. Qual o maior desafio do tanque de hidrogênio?
O hidrogênio precisa estar a −253 °C, próximo ao zero absoluto. Em temperaturas tão baixas, o material pode rachar, então o tanque precisa resistir a condições extremas sem vazar.
4. Quanto hidrogênio o tanque Phoebus pode armazenar?
O tanque maior em desenvolvimento comporta aproximadamente 2600 litros de hidrogênio líquido, com 2 metros de diâmetro.
5. Quando começam os testes?
Os testes com hidrogênio estão planejados para abril de 2026 na instalação da ArianeGroup em Trauen, Alemanha, onde o tanque será submetido a pressões e temperaturas extremas para análise de desempenho.
6. Por que o projeto Phoebus é importante para o futuro?
Além de tornar foguetes mais leves e eficientes, Phoebus é parte do Future Launchers Preparatory Programme (FLPP), que desenvolve tecnologias inéditas para futuros sistemas de transporte espacial, reduzindo riscos e criando inovações que podem ter aplicações além do espaço.
Indicação de Leitura
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Fonte: Artigo ESA
