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KELT-9b: Conheça o Planeta Mais Quente Já Descoberto no Universo

Introdução

Ao explorarmos o vasto e misterioso universo, naturalmente nos deparamos com fenômenos e objetos que desafiam nossa compreensão. Entre eles, a busca pelo planeta mais quente é uma das mais fascinantes. Embora Vênus seja o planeta mais quente do nosso Sistema Solar, o universo abriga exoplanetas com temperaturas que superam em muito qualquer coisa que possamos imaginar em nossa vizinhança cósmica. Este artigo se aprofundará no KELT-9b, o exoplaneta atualmente conhecido por deter o recorde de mais quente, revelando assim suas características extremas e o que o torna um verdadeiro inferno cósmico.

Portanto, prepare-se para uma jornada a um mundo onde as temperaturas são mais elevadas que as de muitas estrelas, e onde a própria atmosfera é vaporizada. Compreender KELT-9b não apenas expande nosso conhecimento sobre a diversidade planetária, mas também nos oferece insights valiosos sobre a formação e evolução de sistemas estelares em condições extremas.

KELT-9b: Um Gigante Gasoso em Extremo Calor

Descoberto em 2017, o KELT-9b é um exoplaneta que desafia as definições tradicionais de “planeta”. Classificado como um gigante gasoso, ele é aproximadamente 2,8 vezes mais massivo que Júpiter e orbita uma estrela massiva e extremamente quente, a KELT-9 [1]. A proximidade de sua órbita e a intensidade da radiação de sua estrela hospedeira são os principais fatores que contribuem para suas temperaturas sem precedentes.

As temperaturas na atmosfera de KELT-9b atingem cerca de 4.300°C (ou 4.600 Kelvin), o que é mais quente do que a superfície de muitas estrelas de baixa massa, incluindo o nosso próprio Sol, cuja superfície tem cerca de 5.500°C [2]. Nessas condições extremas, as moléculas de hidrogênio em sua atmosfera são constantemente quebradas em seus átomos constituintes, e até mesmo moléculas mais complexas, como as de água e metano, não conseguem se formar ou sobreviver. Consequentemente, o planeta possui uma atmosfera em constante estado de dissociação e recombinação atômica.

Além disso, KELT-9b possui uma órbita extremamente curta, completando uma volta em torno de sua estrela em apenas 1,5 dias terrestres [3]. Essa proximidade resulta em um fenômeno conhecido como “acoplamento de maré”, onde um lado do planeta está perpetuamente voltado para a estrela, enquanto o outro permanece em escuridão eterna. No entanto, devido às temperaturas extremas, não há uma diferença significativa de temperatura entre os lados diurno e noturno, pois o calor é distribuído de forma eficiente pela atmosfera superaquecida.

"Impressão artística de um pôr do sol no Júpiter ultraquente KELT-9b. Crédito da imagem: Denis Bajram.
“Impressão artística de um pôr do sol no Júpiter ultraquente KELT-9b. Crédito da imagem: Denis Bajram.

Implicações das Condições Extremas de KELT-9b

As condições extremas de KELT-9b oferecem aos cientistas uma oportunidade única para estudar a física de atmosferas planetárias sob radiação intensa. A temperatura elevada e a proximidade com sua estrela hospedeira significam que o planeta está perdendo sua atmosfera a uma taxa significativa. De fato, a radiação ultravioleta da estrela é tão forte que está literalmente evaporando a atmosfera do KELT-9b, criando assim uma cauda de gás que se estende para o espaço, semelhante à de um cometa [4].

Este processo de evaporação atmosférica é um fenômeno importante para entender a evolução de exoplanetas que orbitam estrelas muito quentes. Ao observar KELT-9b, os astrônomos podem obter insights sobre como planetas podem perder suas atmosferas ao longo do tempo, e como isso afeta sua habitabilidade potencial. Embora KELT-9b seja inabitável, seu estudo nos ajuda a compreender melhor as condições necessárias para a vida em outros sistemas estelares.

Além disso, a composição atmosférica de KELT-9b, com a ausência de moléculas complexas, permite aos cientistas estudar a química de alta temperatura em um ambiente natural. Isso pode ter implicações para a compreensão de processos químicos em estrelas e em outros ambientes cósmicos extremos. Portanto, KELT-9b não é apenas um recordista de temperatura, mas também um laboratório cósmico valioso para a astrofísica e a ciência planetária.

Conclusão: KELT-9b, Um Mundo de Extremos e Descobertas

Em suma, KELT-9b é um testemunho da incrível diversidade e dos extremos que o universo pode apresentar. Com temperaturas que rivalizam com as de estrelas e uma atmosfera em constante ebulição, ele nos força a expandir nossa compreensão sobre o que é possível em termos de formação e evolução planetária. Este exoplaneta não é apenas um recordista de calor; ele é um laboratório natural que oferece insights cruciais sobre a física de atmosferas planetárias sob condições extremas e a interação entre estrelas e seus planetas.

O estudo de KELT-9b e de outros exoplanetas extremos continua a desafiar e a refinar nossos modelos cosmológicos. À medida que a tecnologia de observação avança, é provável que novas descobertas revelem planetas ainda mais exóticos e surpreendentes. Portanto, KELT-9b serve como um lembrete fascinante de que o universo está repleto de maravilhas e mistérios ainda a serem desvendados, e que a busca por conhecimento é uma jornada sem fim.


❓ Perguntas Frequentes sobre o KELT-9b

O que é o KELT-9b?

O KELT-9b é um exoplaneta gigante gasoso, descoberto em 2017, que orbita a estrela KELT-9. Ele é considerado o planeta mais quente já identificado, com temperaturas que ultrapassam 4.300 °C.

Por que o KELT-9b é tão quente?

Sua proximidade extrema com a estrela hospedeira e a radiação intensa que recebe tornam o KELT-9b um planeta em condições extremas. A órbita leva apenas 1,5 dias terrestres, fazendo com que ele esteja constantemente exposto a temperaturas altíssimas.

O KELT-9b é mais quente que o Sol?

Não. A superfície do Sol atinge cerca de 5.500 °C, mas a atmosfera do KELT-9b chega a 4.300 °C, valor maior do que muitas estrelas anãs vermelhas, o que o torna um planeta extremamente incomum.

O KELT-9b pode abrigar vida?

Não. As temperaturas são tão elevadas que moléculas como água e metano se desfazem, impossibilitando qualquer forma de vida conhecida. Além disso, o planeta está perdendo sua atmosfera, tornando-o ainda mais hostil.

Como os cientistas estudam o KELT-9b?

Astrônomos utilizam telescópios espaciais e observatórios avançados para analisar sua atmosfera e radiação. O planeta funciona como um laboratório cósmico, permitindo estudar a química em condições de calor extremo.

O KELT-9b vai perder sua atmosfera completamente?

Provavelmente sim. A intensa radiação ultravioleta de sua estrela está evaporando sua atmosfera, criando uma cauda de gás semelhante à de um cometa. Esse processo pode alterar o planeta ao longo de milhões de anos.

Por que estudar o KELT-9b é importante?

Compreender planetas como o KELT-9b ajuda os cientistas a entender a evolução dos exoplanetas, a interação entre estrelas e planetas, e os limites das condições atmosféricas no universo.


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Fonte Referências

[1] El País. Kelt-9b: Descoberto o planeta mais quente do universo. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/02/ciencia/1496429932_100212.html

[2] Superinteressante. Conheça KELT-9b, o planeta mais quente já descoberto. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/conheca-kelt-9b-o-planeta-mais-quente-ja-descoberto/

[3] Wikipedia. KELT-9b. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/KELT-9b

[4] G1. Cientistas descobrem planeta mais quente já encontrado, com 4,3 mil ºC. Disponível em: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/cientistas-descobrem-planeta-mais-quente-ja-encontrado-com-43-mil-c.ghtml

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