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Plutão: Desvendando o Planeta Anão que Cativou a Humanidade

Introdução: O Fascinante Mundo Gélido Além de Netuno

Plutão, um nome que evoca mistério e fascínio, desperta intensa curiosidade científica e pública desde sua escoberta. Originalmente classificado como o nono planeta do nosso Sistema Solar, sua reclassificação como planeta anão em 2006 pela União Astronômica Internacional (IAU) gerou debates e redefiniu nossa compreensão dos corpos celestes. Este artigo explora a rica história de Plutão, desde sua descoberta e as missões que o visitaram, até sua formação e as características que o tornam um objeto de estudo tão singular.

A Descoberta de Plutão: Uma Busca Persistente

A história da descoberta de Plutão é um testemunho da persistência humana na exploração do cosmos. A busca por um nono planeta, apelidado de “Planeta X”, começou no final do século XIX. Percival Lowell, um astrônomo americano, foi um dos principais defensores da existência desse planeta hipotético, baseando-se em anomalias observadas nas órbitas de Urano e Netuno. Ele fundou o Observatório Lowell em Flagstaff, Arizona, e dedicou anos à procura do Planeta X, embora sem sucesso antes de sua morte em 1916.

A descoberta oficial veio em 18 de fevereiro de 1930, quando o jovem astrônomo Clyde Tombaugh, trabalhando no Observatório Lowell, identificou um ponto de luz que se movia contra o fundo de estrelas em placas fotográficas. Tombaugh utilizou um comparador de piscar, alternando rapidamente entre imagens tiradas em datas diferentes, para detectar o movimento do objeto. 13 de março de 1930, os astrônomos anunciaram a descoberta e batizaram o novo corpo celeste de Plutão, seguindo a sugestão de Venetia Burney, uma menina inglesa de 11 anos, que o nomeou em homenagem ao deus romano do submundo [1].

De Planeta a Planeta Anão: A Reclassificação de 2006

Por mais de 70 anos, Plutão foi considerado o nono planeta do Sistema Solar. No entanto, a partir da década de 1990, a descoberta de inúmeros outros corpos celestes no Cinturão de Kuiper – uma vasta região de objetos gelados além da órbita de Netuno – começou a desafiar essa classificação. A descoberta de Eris em 2005, um objeto ainda mais massivo que Plutão, intensificou o debate.

Em agosto de 2006, a IAU estabeleceu uma nova definição para “planeta”, que exige que um corpo celeste:

  1. Orbita o Sol.
  2. Tenha massa suficiente para que sua própria gravidade o molde em uma forma esférica (equilíbrio hidrostático).
  3. Tenha “limpado” a vizinhança de sua órbita, ou seja, seja o objeto gravitacionalmente dominante em sua região.

Plutão atende aos dois primeiros critérios, mas falha no terceiro, pois compartilha sua órbita com muitos outros objetos do Cinturão de Kuiper. Consequentemente, foi reclassificado como um planeta anão, juntamente com Eris, Ceres, Haumea e Makemake [2].

Missões Espaciais: A Visita da New Horizons

Por décadas, Plutão permaneceu um ponto distante e enigmático. A única missão espacial dedicada a estudá-lo de perto foi a New Horizons da NASA. Lançada em janeiro de 2006, a sonda viajou por quase uma década e mais de 4,8 bilhões de quilômetros antes de realizar seu histórico sobrevoo em 14 de julho de 2015 [3].

O sobrevoo da New Horizons revolucionou nosso conhecimento sobre Plutão e seu sistema de luas. As imagens e dados coletados revelaram um mundo surpreendentemente complexo e geologicamente ativo, com montanhas de gelo de água, vastas planícies de nitrogênio congelado (como a Sputnik Planitia), e evidências de criovulcanismo. A sonda também estudou as cinco luas conhecidas de Plutão: Caronte (a maior), Nix, Hidra, Cérbero e Estige, revelando suas características e interações [4].

Esta ilustração artística mostra a sonda Phoenix Mars Lander da NASA durante sua jornada de mais de 9 meses até Marte.
Esta ilustração artística mostra a sonda Phoenix Mars Lander da NASA durante sua jornada de mais de 9 meses até Marte.

Formação e Composição: Um Mundo Gélido do Cinturão de Kuiper

Plutão é um membro proeminente do Cinturão de Kuiper, uma vasta região que se estende de cerca de 30 a 50 unidades astronômicas (UA) do Sol. Acredita-se que os objetos do Cinturão de Kuiper sejam remanescentes da formação inicial do Sistema Solar, há aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Eles são compostos principalmente de gelos (água, metano, nitrogênio e monóxido de carbono) e rochas [5].

A atmosfera de Plutão é tênue e composta principalmente de nitrogênio, metano e monóxido de carbono. Ela se expande quando Plutão está mais próximo do Sol e congela e colapsa quando está mais distante. A superfície de Plutão exibe uma notável variedade de cores e terrenos, indicando processos geológicos contínuos, impulsionados pela atividade interna e pela interação com sua atmosfera e o ambiente espacial [6].

A espaçonave New Horizons da NASA captou esta imagem da vasta planície de gelo de nitrogênio de Plutão, informalmente chamada de Sputnik Planum.
A espaçonave New Horizons da NASA captou esta imagem da vasta planície de gelo de nitrogênio de Plutão, informalmente chamada de Sputnik Planum.

Conclusão: O Legado Duradouro de Plutão

Embora não seja mais classificado como um planeta, Plutão continua a despertar imenso interesse científico. Sua história de descoberta e a controvérsia de sua reclassificação marcaram a astronomia moderna. As revelações surpreendentes da missão New Horizons mostram como nossa compreensão do Sistema Solar está em constante evolução. O estudo de Plutão e de outros objetos do Cinturão de Kuiper também oferece insights cruciais sobre as condições que moldaram a formação do sistema planetário. Além disso, revela a diversidade de mundos que existem além da órbita de Netuno. Por isso, Plutão permanece como um símbolo da exploração e da capacidade humana de desvendar os segredos do universo.

Perguntas Frequentes (FAQ) Sobre o Planeta Plutão

🔹 Plutão ainda é considerado um planeta?

Não. Em 2006, a União Astronômica Internacional (IAU) reclassificou Plutão como planeta anão, pois ele não atende a todos os critérios necessários para ser um planeta.

🔹 Por que Plutão deixou de ser planeta?

Porque, embora tenha massa suficiente para ser esférico e orbite o Sol, Plutão não “limpou” sua órbita de outros objetos do Cinturão de Kuiper, algo essencial na definição oficial de planeta.

🔹 O que a missão New Horizons revelou sobre Plutão?

Em 2015, a sonda New Horizons da NASA mostrou imagens e dados inéditos, revelando montanhas de gelo, atmosferas complexas e até indícios de atividade geológica.

🔹 Qual é a importância do estudo de Plutão?

Estudar Plutão ajuda os cientistas a compreender melhor o Cinturão de Kuiper e as condições que moldaram a formação do Sistema Solar.

🔹 Existem outros mundos como Plutão?

Sim. Além de Plutão, outros planetas anões conhecidos no Cinturão de Kuiper são Éris, Haumea e Makemake. Todos eles revelam a diversidade de mundos além de Netuno.

🔹 Por que Plutão ainda desperta tanto interesse?

Porque ele simboliza a exploração científica e mostra como a nossa compreensão do universo evolui com novas descobertas e debates astronômicos.


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Todos os créditos de imagem Reservados à NASA.
Imagens, dados e informações utilizadas nesta matéria são de propriedade da NASA e foram disponibilizadas para fins educacionais e informativos.

Fonte: Referências

[1] Plutão – Wikipédia
[2] Por que Plutão é chamado de planeta anão?
[3] Five Years after New Horizons’ Historic Flyby, Here Are 10 Cool Things We Learned About Pluto
[4] Pluto: Facts
[5] Pluto
[6] Tudo Sobre Plutão: Explore o Peculiar Planeta Anão

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