Imagine saber com dias de antecedência quando uma tempestade devastadora chegará à sua cidade. Ou prever com precisão cirúrgica como as mudanças climáticas afetarão a agricultura brasileira nos próximos anos. Isso deixou de ser ficção científica. O Brasil acaba de inaugurar o supercomputador Jaci, uma máquina revolucionária que promete transformar nossa capacidade de enfrentar desastres naturais e entender o clima do planeta.
Batizado por votação popular, o nome Jaci vem da mitologia tupi-guarani e significa “Lua”— a divindade que, segundo a tradição indígena, ilumina a noite e guia os caminhos. Assim como sua inspiração, este gigante tecnológico chegou para iluminar nossa compreensão sobre o clima e guiar decisões que podem salvar milhares de vidas.
Créditos: Rodrigo @abral (ASCOM/MCTI) /
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Um Salto Tecnológico para o Brasil
O supercomputador Jaci foi inaugurado em 11 de dezembro de 2025, na unidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em Cachoeira Paulista, interior de São Paulo. Além disso, a cerimônia contou com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do novo diretor do Inpe, Antônio Miguel Vieira Monteiro.
Mas o que exatamente faz um supercomputador ser “super”? Enquanto seu computador pessoal processa informações sequencialmente, essas máquinas realizam milhões de cálculos simultaneamente. Dessa forma, elas conseguem simular fenômenos complexos como a formação de furacões, o derretimento de geleiras ou os padrões de chuva na Amazônia com uma precisão impossível até poucos anos atrás.
O Jaci substituirá o antigo supercomputador Tupã, ampliando significativamente nossa capacidade de produzir previsões meteorológicas mais rápidas e detalhadas. Portanto, estamos falando de uma ferramenta estratégica para a segurança nacional.
Investimento em Soberania Científica
O projeto custou R$ 30 milhões, investidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação através da Finep. Contudo, esse é apenas o primeiro passo. O Jaci inaugura o Projeto Risc (Renovação da Infraestrutura de Supercomputação), que prevê investimentos totais de cerca de R$ 200 milhões até 2028.
Segundo a ministra Luciana Santos, trata-se do sistema de previsão do tempo e clima mais avançado já instalado no Brasil. “É ciência de ponta, soberania tecnológica e capacidade real de salvar vidas”, afirmou durante a inauguração.
O projeto completo incluirá novos supercomputadores, infraestrutura elétrica renovada, sistemas de refrigeração eficientes e até uma usina fotovoltaica. Enquanto isso, o Brasil demonstra que investir em ciência não é gasto — é segurança, é economia, é futuro.
Como o Jaci Vai Transformar Nossas Vidas
Você provavelmente já conferiu a previsão do tempo antes de sair de casa. Mas já imaginou como essa informação chega até você? Por trás de cada alerta de chuva existe uma complexa rede de satélites, estações meteorológicas e, principalmente, supercomputadores processando trilhões de dados.
Com o Jaci, o Brasil ganha músculo computacional para operar plenamente o Monan, o novo modelo brasileiro de previsão climática e oceânica. Assim, teremos previsões mais precisas sobre:
- Formação e trajetória de tempestades severas
- Períodos de seca prolongada
- Ondas de calor extremo
- Enchentes e deslizamentos de terra
- Impactos das mudanças climáticas na agricultura
De acordo com especialistas do Inpe, o Monan foi projetado especificamente para representar com maior precisão as condições ambientais da América do Sul. Isso significa que, pela primeira vez, teremos um sistema que entende as particularidades do nosso continente — desde a influência da Floresta Amazônica até os padrões oceânicos do Atlântico Sul.
Salvando Vidas com Tecnologia de Ponta
Os desastres naturais custam bilhões de reais e incontáveis vidas ao Brasil todos os anos. Portanto, cada minuto a mais de antecedência em um alerta pode significar a diferença entre uma evacuação organizada e uma tragédia.
O supercomputador Jaci fortalecerá enormemente o monitoramento ambiental, incluindo o apoio crucial a alertas de desastres naturais. Além disso, permitirá que cientistas simulem cenários climáticos futuros com uma precisão sem precedentes no país.
Imagine poder prever com semanas de antecedência que determinada região enfrentará chuvas torrenciais. Defesas civis podem se preparar, famílias podem ser alertadas, recursos podem ser mobilizados. Dessa forma, tecnologia se traduz diretamente em vidas salvas.
O Futuro da Ciência Brasileira
Durante a cerimônia de inauguração, Antônio Miguel Vieira Monteiro assumiu oficialmente a direção do Inpe. O tecnologista sênior, com vasta experiência em sistemas socioambientais e observação da Terra, enfatizou que este é um momento decisivo para a instituição.
“O Jaci simboliza uma jornada coletiva que reafirma o papel do Inpe na produção de ciência estratégica para o País”, declarou Monteiro. Segundo ele, quando colocamos o instituto e sua missão no centro das decisões, somos insuperáveis.
O novo diretor destacou ainda o compromisso de recuperar o protagonismo histórico do Inpe e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Por outro lado, reconheceu que essa reconstrução institucional é fundamental para que o Brasil continue como referência mundial em clima, meteorologia e monitoramento ambiental.
Sustentabilidade e Inovação Andam Juntas
Um detalhe fascinante do projeto Risc é o compromisso com a sustentabilidade. Enquanto supercomputadores são notoriamente consumidores intensivos de energia, o projeto prevê a instalação de uma usina fotovoltaica para alimentar o sistema.
Assim, o Brasil demonstra que é possível combinar poder computacional de última geração com responsabilidade ambiental. A infraestrutura renovada incluirá sistemas de refrigeração eficientes, reduzindo drasticamente o consumo energético em comparação com instalações antigas.
Dessa forma, o Jaci não apenas nos ajuda a entender e combater as mudanças climáticas — ele próprio é parte da solução.
Um Nome com História e Significado
A escolha do nome Jaci não foi aleatória. Por meio de votação popular, brasileiros de todo o país decidiram batizar o supercomputador com esse nome que remete à lua na mitologia indígena.
Segundo a tradição tupi-guarani, Jaci é a protetora noturna, aquela que ilumina quando tudo parece escuro. Portanto, nada mais apropriado para uma máquina que nos ajudará a enxergar com clareza os desafios climáticos que enfrentamos e a encontrar caminhos seguros através deles.
Além disso, a escolha reflete um movimento crescente de valorização das raízes brasileiras na ciência nacional. Afinal, os povos originários sempre foram observadores atentos da natureza — agora, unimos esse conhecimento ancestral à tecnologia mais avançada do planeta.
O Brasil no Mapa da Supercomputação Mundial
Com o Jaci, o Brasil reforça sua posição no seleto grupo de países com capacidade de supercomputação científica avançada. Enquanto isso, nações desenvolvidas investem pesadamente nessa tecnologia, sabendo que ela é fundamental para competitividade econômica e segurança nacional.
De acordo com dados do Inpe, o novo sistema ampliará significativamente nossa capacidade de pesquisa em áreas estratégicas como agricultura, defesa civil, planejamento territorial e estudos de impactos ambientais.
Por fim, o investimento em ciência e tecnologia se mostra não apenas necessário, mas urgente. As mudanças climáticas aceleram, os desafios ambientais se multiplicam, e ferramentas como o Jaci são nossa melhor defesa.
O supercomputador Jaci representa muito mais que um upgrade tecnológico. Ele simboliza um Brasil que escolhe investir em conhecimento, em prevenção, em futuro. Em um mundo cada vez mais desafiado por eventos climáticos extremos, ter ferramentas para prever, entender e se preparar não é luxo — é necessidade.
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Perguntas Frequentes Sobre Supercomputador Jaci
O que é o supercomputador Jaci?
O Jaci é o novo supercomputador do Inpe, inaugurado em dezembro de 2025, projetado para melhorar previsões meteorológicas, modelagem climática e alertas de desastres naturais no Brasil.Quanto custou o projeto Jaci?
O supercomputador custou R$ 30 milhões, mas faz parte do Projeto Risc, que prevê investimentos totais de cerca de R$ 200 milhões até 2028 na modernização completa do centro de dados do Inpe.Por que o nome Jaci foi escolhido?
Jaci significa “Lua” na mitologia tupi-guarani e representa a divindade que ilumina e protege. O nome foi escolhido por votação popular para refletir o papel do supercomputador em iluminar nossa compreensão sobre o clima.O que é o Monan?
O Monan é o novo modelo brasileiro de previsão climática e oceânica, desenvolvido especificamente para representar com precisão as condições ambientais da América do Sul, e que será operado pelo supercomputador Jaci.Como o Jaci ajudará em desastres naturais?
O supercomputador permitirá previsões meteorológicas mais rápidas e precisas, possibilitando alertas antecipados sobre tempestades, enchentes, secas e outros eventos extremos, salvando vidas através da prevenção.Onde fica localizado o supercomputador Jaci?
O Jaci está instalado na unidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo.O projeto é sustentável?
Sim, o Projeto Risc inclui a instalação de uma usina fotovoltaica e sistemas de refrigeração eficientes para garantir operação sustentável do supercomputador.Indicação de Leitura
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Fonte: Artigo ” Supercomputador Jaci começa a operar no enfrentamento a desafios climáticos brasileiros” publicado em gov.br/mcti