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Supernova mais antiga identificada pelo telescópio Webb revela segredos do universo primordial

O Telescópio Espacial James Webb da NASA fez um feito extraordinário: identificou a supernova mais antiga já registrada, que explodiu quando o universo tinha apenas 730 milhões de anos. Além disso, o Webb captou imagens detalhadas da galáxia hospedeira dessa supernova, abrindo uma nova janela para entender os instantes iniciais do cosmos.

Essa descoberta inédita ilumina como as estrelas massivas viviam e morriam em uma época tão remota e traz informações valiosas para quem deseja explorar o universo primordial. De acordo com dados da pesquisa, a supernova estava ligada a uma explosão de raios gama detectada meses antes, uma das mais poderosas e brilhantes conhecidas.

Ilustração artística mostrando algumas das imagens e espectros mais icônicos do Telescópio Espacial James Webb. A composição reúne nebulosas coloridas, galáxias distantes e gráficos espectrais, simbolizando os mais de quatro anos de operações científicas do observatório.
Ilustração artística reunindo algumas das imagens e espectros mais reconhecidos registrados pelo Telescópio Espacial James Webb ao longo de mais de quatro anos de operações científicas. Créditos: NASA, ESA, CSA, STScI, Zena Levy (STScI).

O que é uma supernova e por que essa é especial?

Uma supernova acontece quando uma estrela muito grande entra em colapso e explode, liberando uma quantidade gigante de energia e luz. Essas explosões são fundamentais para distribuir elementos pesados que compõem planetas, vida e tudo o que conhecemos.

Entretanto, a supernova detectada pelo Webb é extraordinária porque ocorreu quando o universo tinha menos de 5% da sua idade atual, cerca de 730 milhões de anos — um período chamado de universo primordial. Isso torna esse evento a supernova mais antiga já observada.

Além disso, o brilho dessa supernova se estendeu por meses, porque a luz precisou viajar e se esticar durante bilhões de anos por causa da expansão do universo. Para comparar, supernovas próximas apagam bem mais rápido.

magem do Telescópio Espacial James Webb mostrando a supernova mais antiga já identificada e sua galáxia hospedeira, observadas no infravermelho próximo a partir do brilho residual de um estouro de raios gama ocorrido quando o universo tinha 730 milhões de anos.
O Telescópio Espacial James Webb identificou a origem de um intenso clarão de raios gama: uma supernova que explodiu quando o universo tinha apenas 730 milhões de anos. As imagens de alta resolução no infravermelho próximo também permitiram detectar a galáxia hospedeira do evento.
Créditos: NASA, ESA, CSA, STScI, Andrew Levan (Radboud University); processamento de imagem por Alyssa Pagan (STScI).

Como o Webb detectou a supernova mais antiga?

Tudo começou em março de 2025, quando um telescópio franco-chinês chamado SVOM detectou uma explosão de raios gama — um clarão extremamente brilhante e raro no universo. Em seguida, outros telescópios, incluindo o Observatório Neil Gehrels Swift e o Very Large Telescope, colaboraram para localizar o evento.

Mas foi o Telescópio Espacial James Webb que, com sua avançada capacidade de captar luz infravermelha próxima, conseguiu identificar, em julho, a fonte do brilho: a supernova e sua galáxia hospedeira. Essas imagens precisas permitiram confirmar a idade e a natureza da supernova, quebrando o próprio recorde do Webb, que até então havia identificado supernovas com até 1,8 bilhão de anos.

Essa investigação rápida e precisa destacou o poder do Webb para observar estrelas individuais em eras tão distantes do tempo.

This two-part illustration represents supernova GRB 250314A as it was exploding and three months after that, when Webb observed it. Webb confirmed the supernova occurred when the universe was only 730 million years old. The star clusters at top-left represent its host galaxy.
Ilustração em duas partes mostrando a supernova GRB 250314A no momento da explosão e três meses depois, quando foi observada pelo Telescópio Espacial James Webb. A arte destaca também os aglomerados estelares da galáxia hospedeira, localizada no canto superior esquerdo.
Ilustração em duas partes representa a supernova GRB 250314A no instante da explosão e três meses depois, quando o Telescópio Espacial James Webb a observou. O Webb confirmou que o evento ocorreu quando o universo tinha apenas 730 milhões de anos. Os aglomerados estelares no canto superior esquerdo indicam a galáxia hospedeira.
Arte: NASA, ESA, CSA, STScI, Leah Hustak (STScI).

O que essa supernova revela sobre as primeiras estrelas?

Surpreendentemente, a supernova mais antiga encontrada pelo Webb é muito parecida com supernovas próximas, o que intriga os cientistas. Esperava-se que estrelas tão antigas fossem muito diferentes — mais massivas, mais pobres em elementos pesados e com vidas curtas — mas o Webb mostrou que, ao menos visualmente, elas podem ser parecidas.

Essa semelhança desafia as teorias atuais sobre o universo jovem, especialmente sobre a Era da Reionização, quando o espaço entre as galáxias era opaco à luz de alta energia.

Dessa forma, essa descoberta abre muitas perguntas: será que a formação estelar naquele período foi mais parecida com a atual do que se imaginava? Quais as diferenças ainda invisíveis que podemos descobrir com futuras observações?

Primeiro olhar na galáxia hospedeira dessa supernova rara

Além da supernova em si, o Webb captou imagens da galáxia que a hospedou. Mesmo sendo uma mancha avermelhada e tênue, essa galáxia distante parece similar a outras conhecidas da mesma época. Isso indica que as galáxias formadas nos primeiros bilhões de anos do universo podem apresentar características parecidas.

Por fim, o time de cientistas já planeja utilizar o Webb para aprofundar o estudo dessas galáxias primitivas, observando com mais detalhes as explosões de raios gama e o brilho residual deixado pelas supernovas.

A revolução telescópica do Webb e o futuro da astronomia

O Telescópio Espacial James Webb é hoje o observatório mais poderoso do mundo, capaz de avançar nosso entendimento sobre os mistérios do cosmos, desde nosso sistema solar até galáxias distantes e de épocas muito remotas.

A identificação dessa supernova mais antiga mostra o que o Webb pode alcançar: revelar detalhes do universo infantil que antes estavam invisíveis. Assim, cada nova descoberta traz informações fundamentais para compreendermos nossa origem cósmica.

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Perguntas frequentes sobre a supernova mais antiga

O que torna essa supernova especial? Ela é a mais antiga já detectada, formada quando o universo tinha só 730 milhões de anos, revelando segredos do cosmos primordial.
Como o telescópio Webb captou essa supernova? Usando sua tecnologia avançada no infravermelho próximo, o Webb identificou a luz da explosão e da galáxia hospedeira, mesmo a bilhões de anos-luz.
O que são explosões de raios gama? São explosões extremamente brilhantes e energéticas, frequentemente ligadas à morte de estrelas massivas, que emitem clarões de radiação intensa.
Por que a supernova durou tanto tempo? A luz foi esticada pela expansão do universo, fazendo o brilho parecer durar meses, muito mais do que supernovas próximas.
O que essa descoberta muda na astronomia? Mostra que as primeiras supernovas podem ser semelhantes às atuais, o que desafia teorias sobre as estrelas no universo jovem.

Indicação de Leitura

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Fonte: Artigo “NASA’s Webb Identifies Earliest Supernova to Date, Shows Host Galaxy” Publicado em nasa.gov

Todos os créditos de imagem Reservados à NASA
Imagens, dados e informações utilizadas nesta matéria são de propriedade da NASA e foram disponibilizadas para fins educacionais e informativos.

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